Mafra recebeu na noite de sábado Jonas, coreógrafo fadista, com o seu mais recente trabalho “Maçã D’Adão”.
O que trouxe a Mafra, foi aquilo que já começa a ser a assinatura de Jonas, o fado levado à cena como corpo e não apenas como voz.
Jonas trabalha sempre a fronteira entre o que se canta e o que se move.
O fado para ele não é apenas música, é matéria coreográfica, é texto que se pode tocar, empurrar e transformar em gesto. Em Mafra viu-se uma versão recriada do fado – sensorial, física, teatral, atravessada por influências ibéricas, ecos africanos, ritmos brasileiras e raízes do folclore português.
Tudo isto convive nele com naturalidade, voz é a raiz e corpo é a árvore inteira.
Há silêncios que são tão ou, mais importantes que as palavras. Há pausas que dizem mais do que um verso. Há respiração que empurra a luz e altera o ar.
Foi fado, foi dança, foi teatro e foi também um daqueles momentos, tendência da actualidade em que o público de Mafra percebeu que o fado ainda pode continuar a ser descoberto, reinventado e surpreendente.
Fotografias e texto de Carlos Sousa/ KPhoto







































Adicionar comentário