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“Gesto pela PAZ” a grandeza de um pequeno gesto

“Gesto pela Paz” não foi um evento grande pelo aparato, foi grande pela simplicidade do gesto e às vezes… é precisamente aí que se ganham estes movimentos.

Sábado à tarde, a Praia dos Pescadores viveu um daqueles fins de tarde que ficam registados na memória colectiva de uma região.

“Gesto pela Paz” não foi um evento grande pelo aparato, foi grande pela simplicidade do gesto e às vezes… é precisamente aí que se ganham estes movimentos.

Algumas dezenas, talvez até mais de uma centena de pessoas, famílias, turistas curiosos, moradores que vieram de propósito, gente que só ia passear mas ficou, todos quiseram deixar o seu toque físico na obra criada pelo artista plástico local Ehme.

No painel pintado por ele, cada pessoa deixou a sua mão marcada, pintada, Impressa.
Uma mão que se torna palavra.
Uma mão que se torna voz.
Uma mão que se torna posição.

Enquanto isso, os Projecto Bug iam dando o desenho sonoro da tarde, música ao vivo com a originalidade que é a marca do grupo, orgânica, humana, cúmplice, que foi contagiando o areal e criando uma atmosfera quase de ritual, quase cerimonial.

No final, houve o ato simbólico, todos juntos no areal para formar a palavra PAZ.

Naquele instante, visto do chão, visto de cima, visto de dentro, percebeu-se com clareza que não há gesto pequeno quando o gesto é colectivo, não há arte que seja só estética quando é usada como declaração e não há marca maior do que a marca de uma mão humana quando o que ela reivindica é simplesmente… PAZ.

Fotografias e texto de Carlos Sousa/ KPhoto