Em ambos estes territórios há várias semelhanças, pois ambos os territórios estão em guerra contra uma potência muito maior e com um potencial relativo de combate assimétrico. Ambos os invasores alegam direitos históricos sobre os dois territórios, um direito que vai contra o direito Internacional. Ambos os dirigentes dos dois países invasores estão com mandatos do TPI por crimes contra a humanidade. Ambos os contendores têm dificuldade em acabar com a guerra, por poderem ter problemas internamente, estando os dois dependentes de líderes da extrema-direita, para continuarem no Poder.
Com tantas semelhanças entre Israel e a Rússia, não consigo compreender porque razão há muitos governos ocidentais, a fazer ouvidos de mercador aos alegados crimes de Israel, e condenam veementemente Putin.
É um paradoxo que nada tem a ver com a guerra, mas sim com percepções, amizades, interesses, e sobretudo com alianças, nasa tem a ver nem com a ética, nem com a moral, mas sim com a geopolítica, dado que para o Ocidente é necessário controlar a Rússia, e retirar-lhe a possibilidade desta criar na Ucrânia uma zona tampão, e no caso de Israel por acharmos que os judeus são quase ocidentais, pois todos vieram de comunidades espalhadas pelo mundo, e porque desde a inquisição, até ao holocausto, temos uma espécie de vergonha pelos crimes e pela perseguição que lhes fizemos durante séculos, muito embora esses factos não justificarem o comportamento, que os judeus em Israel replicam dos nossos do passado.
Como dizia Raymond Aron, “a diplomacia é a arte de sobreviver num mundo sem justiça”.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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