Arte & Cultura Geral

“Linhas que Unem”: Quando a Arte se Torna Ponte Entre Mundos

O espetáculo “Linhas que Unem” encheu o palco e o coração de quem assistiu a este espetáculo no claustro sul do Real Edifício de Mafra. Com o público em verdadeira proximidade, a plateia tornou-se parte do cenário, mergulhando num universo onde cada gesto, som e olhar contavam uma história de encontro e superação.

Os artistas surgiam de vários corredores, num fluxo constante de movimento que envolvia todos os sentidos. A música, da autoria de Manuel Rocha, foi o fio invisível que ligou cada momento, ora subtil, ora arrebatadora, mas sempre em perfeita sintonia com a intensidade das interpretações em palco.

A dança inclusiva, conduzida com sensibilidade e mestria pelas bailarinas da Academia de Dança Susana Galvão Teles, revelou a força da diversidade e a beleza do movimento partilhado. Sob a direção artística de Inês e Susana Galvão Teles, o espetáculo desenrolou-se sem pausas, numa sequência fluida e harmoniosa, em que as transições se tornavam momentos de pura poesia visual.

A participação da Crevide e da Casa da Rita, em parceria com o elenco da Academia, deu corpo e alma a uma proposta que celebra a inclusão não como exceção, mas como essência.

A perfeição técnica esteve também presente, luz e som, a cargo da equipa da Câmara Municipal da Mafra, elevaram o espetáculo a um patamar profissional de excelência, moldando atmosferas que iam do silêncio íntimo à vibração coletiva.

No final, ficou a sensação de que as “linhas” deste espetáculo não se ficaram pelo palco, estenderam-se, invisíveis, entre todos os que ali estiveram, unindo corpos, vontades e emoções num mesmo compasso humano.

Fotografias e texto de Carlos Sousa/ KPhoto