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Associação MOG assinala a roxo mês dedicado aos cancros ginecológicos: Mais de 3000 portuguesas diagnosticadas todos os anos

A Associação MOG – Movimento Oncológico Ginecológico institui este ano o “Setembro Roxo”, no mês em que se assinala o Dia Internacional dos Cancros Ginecológicos (20 de setembro). A iniciativa visa sensibilizar a população para doenças que, todos os anos, são diagnosticadas a mais de 3000 mulheres em Portugal.

Através do programa de atividades dinamizadas ao longo do mês (ver agenda), a Associação MOG pretende chamar a atenção para estas doenças oncológicas, aumentar a literacia num domínio em que existe um manifesto desconhecimento e contribuir para a
prevenção e o seu diagnóstico precoce.

Como afirma Cláudia Fraga, presidente da MOG, “espero que o Setembro Roxo permita lembrar a cada mulher que deve estar atenta à sua saúde, ouvir o seu corpo, manter-se vigilante a sintomas não habituais e fazer consultas regulares de ginecologia, ou falar com o seu médico de família, para que qualquer problema possa ser detetado o mais cedo possível e, dessa forma, ter a probabilidade de um tratamento mais eficaz”.

A presidente da MOG acrescenta que este é também “um momento para refletir sobre como tem evoluído a investigação científica no caso concreto destas doenças oncológicas”. Este será um dos temas em análise na Conferência “Cancros Ginecológicos e Urológicos” que a MOG organiza, em conjunto com a ASPIC – Associação Portuguesa de Investigação em Cancro, e que reunirá médicos, doentes, investigadores e outros especialistas na Fundação Champalimaud, em Lisboa, a 22 de setembro.

Os cancros ginecológicos, identificados com a cor roxa, são os que têm origem nos órgãos reprodutivos da mulher. Entre estes, incluem se o cancro do ovário, do endométrio, do colo do útero, da vagina, da vulva, além de outros tipos mais raros.

World Go Day – Lutar contra o estigma
A nível mundial, de acordo com o Globocan Cancer Tomorrow, regista-se um milhão de novos diagnósticos a cada ano que passa, estimando-se que este número possa mais do que duplicar até 2050 (com aumentos que variam entre 38% no endométrio e 77% na vagina). Apenas uma maior consciência global, acompanhada de mudanças nas políticas de saúde e na gestão da doença, poderá ajudar a enfrentar este desafio.

E, por isso, a 20 de setembro, a MOG junta-se a centenas de associações de doentes para assinalar a 7.a edição do Dia Mundial dos Cancros Ginecológicos. Referido internacionalmente como World GO Day, foi criado em 2019 pela ESGO-ENGAGe, entidade que reúne associações de doentes de toda a Europa. O tema de 2025 volta a ser o estigma, que tem um impacto profundo na vida das mulheres e merece ser amplamente explorado.

Todos os doentes oncológicos podem sentir estigmatização, mas devido a fatores sociais e culturais, como misoginia, idadismo ou tabus relacionados com os órgãos reprodutivos, este impacto é muitas vezes ainda mais acentuado nas mulheres com diagnóstico de cancros ginecológicos.

Estas falsas crenças ou fatores sociais podem levar as mulheres a sentir-se deprimidas, discriminadas ou impedidas de falar abertamente sobre a sua doença, até com os médicos ou familiares. Mas o estigma também afeta o trabalho e a vida em sociedade,
onde uma mulher com cancro ginecológico pode ser considerada frágil ou “inadequada” para certas funções, levando inclusivamente a discriminação financeira.
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Associação MOG – Movimento Oncológico Ginecológico
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