Os EUA são um regime presidencialista, em que só têm expressão dois mega partidos: o Partido Conservador e o Democrata, ambos federadores de tendências diferentes dentro de cada bloco, para simplificar. Ao contrário da Europa, ambos os partidos, ou blocos, posicionam-se normalmente mais à direita que os congéneres europeus. Dessa forma, podemos afirmar que há três grandes tendências no bloco da direita, o Partido Republicano, nomeadamente: os conservadores, os populistas e os libertários. Por sua vez, os democratas congregam os centristas moderados, os progressistas/esquerda e os democratas azul patrióticos (Blue Dog).
As eleições para o Mayor de Nova York parecem ter tomado a maior parte dos analistas de surpresa, como se fosse impossível os cidadãos da Big Apple reagirem ao Consulado do populista Trump, apostando numa vitória de um imigrante, muçulmano e do quadrante de Bernie Sanders, até agora a única voz democrata a opor-se à deriva autoritária de Trump.
O eleitorado democrata de NY votou à esquerda do seu bloco para se opor à direita populista de Trump, o mais à direita dos republicanos. Poder-se-ia dizer que é uma cópia quase a papel químico do que aconteceu no Brasil, em que o centro desapareceu — não fosse o caso do novo mayor militar, num partido socialista tipo social-democracia nórdica, o que, para os EUA, é quase um crime de lesa-pátria.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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