Depois das eleições de dia 18 de maio, em Portugal, e na sequência de várias outras tidas em toda a UE, e EUA, achei por bem ir à prateleira, e reler partes do livro do grande pensador italiano Umberto Eco designado por o “Fascismo eterno”, e o livro “Fascismo, uma advertência” de Madeleine Allbright, pois penso nunca ser demais alertar para o advento do preocupante Fascismo, novamente, e um pouco por toda o mundo, pois atualmente nem mesmo a Rússia tem o comunismo, e o Marxismo-lleninismo, como ideologia de referência, aproximando-se mais do fascismo na sua “praxis”.
De acordo com Umberto Eco, o fascismo não é uma ideologia fechada, é sim um conjunto de caraterísticas difusas e contraditórias que podem aparecer isoladamente ou em conjunto, em diferentes contextos históricos, das quais listou catorze, nomeadamente: culto à tradição, rejeição ao modernismo, culto à ação pela ação, discordância é traição, medo das diferenças, apelo à frustração, obsessão por conspirações, o inimigo é forte e fraco simultaneamente, pacifismo é pacto com o inimigo, desprezo pelos fracos, culto ao heroísmo, machismo e controlo, populismo seletivo e novilíngua ou uso linguagem simples.
De acordo com Madeleine Allbright, o fascismo também não é uma ideologia política fechada, mas uma forma de conquistar e controlar o poder, e define um fascista como alguém profundamente identificado com uma nação, disposto a tudo ignorar em termos de direitos para conquistar o poder, bem como que este surge sempre associado a um amplo movimento de massas, que é levado a conquistar o poder.
Allbright no entanto, e ao contrário de Eco, distingue o populismo do fascismo, por este último não usar a violência para chegar ao poder, embora quando lá chega rapidamente se pode com ele confundir, tentando por todos os meios manter-se.
Allbright analisa alguns países que no passado foram o paradigma do fascismo, bem como outros, em que considera atualmente implementados, ou que se estão perigosamente implementando, tais como a Rússia, a Coreia do Norte, os EUA de Trump, a Venezuela de Maduro e a Turquia de Erdogan.
Em minha opinião, a Assunção do Chega a segunda força política em Portugal, é um pronúncio populista, de acordo com a definição de Allbright, que dentro do regime democrático, adopta várias caraterísticas do Fascismo, tal como definidas por um certo eco, ou seja, Portugal cinquenta anos depois de Abril, esqueceu-se da história, ou ela foi mal ensinada, ou dela tem uma visão romântica, que não conduz com a realidade, e está iludido com um novo Caudillo, algo que estranhamente está também a acontecer na França com Le Pen , no país berço do liberalismo político.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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