Geral Opinião

Será que os EUA vão atacar o Irão?

Atualmente os EUA estão a conduzir operações aéreas contra os Houthis do Yémen, para fazer face à ameaça, que os Houthis representam para a navegação, que queira utilizar o Canal do Suez, para encurtar a viagem, e diminuir os custos do transporte marítimo, entre o Oriente e o Mediterrâneo.

Os ataques aéreos têm tido um sucesso muito relativo, pois a maior parte das forças rebeldes dos Houthis estão, à semelhança do Hamas, enterrados em túneis e bunkers no solo, que fizeram aquando da guerra que mantiveram contra a Arábia Saudita, à frente de uma coligação de forças de países sunitas em 2015, que redundou numa derrota para os primeiros, apesar da sua grande superioridade numérica e tecnológica, pois estes são os principais clientes de armamento dos USA entre os Países Árabes, e o novo grande aliado destes na região.

Os Houthis, atualmente, nesta última intervenção armada dos EUA contra eles, a primeira operação militar da era de Trump o negociador dito pacifista, têm ripostado aos ataques aéreos que têm sofrido, com mísseis e drones contra a frota dos EUA, tendo de acordo com algumas fontes, chegado a atingir, o porta aviões dos EUA, que teve que se deslocar com a frota de apoio, para uma distância o mais longe possível do Yémen, embora mesmo afastado deste, o porta aviões em causa, continue a ser alvo de ataques Houthis, só que por estar mais afastado, tem tempo suficiente para se defender, com todas as medidas passivas e ativas, de que ele e a sua frota de apoio dispõem, para evitar ser  novamente atingido, o que a acontecer seria um desastre do ponto de vista militar sem precedentes.

A maior distância a que o porta aviões e a frota americana, ficou do Yémen para se defender dos ataques Houthis, facilita a sua defesa, mas dificulta a realização de operações aéreas, mas também, dá tempo de resposta às Forças rebeldes Houthis para se defenderem, pois estas estão bem treinadas, pela guerra que tiveram contra a Arábia Saudita, bem como  por estarem em guerra há anos, com as forças do governo do Yémen Sunitas,  apoiadas pela Arábia Saudita.

Esta guerra civil no Yémen tem sido uma guerra fraticida, sem vencedores nem vencidos, dado que é uma guerra por procuração, onde a Arábia Saudita e o Irāo se têm defrontado indiretamente, sem nenhum sucesso de nenhuma das partes, para além da miséria que infligem ao povo.

Pelo exposto parece-me que a deslocação duma nova esquadra para a Região e dos Bombardeiros  estratégicos B2 para Diego Garcia, bem como o dos antigos B22 para o Quatar, tem dois objetivos , o de ser uma demonstração de força com o objetivo de ameaçar o Irão, para que este deixe de fornecer mísseis e drones aos Houthis do Yémen, bem como para serem efetivamente utilizados contra os “bunkers” dos rebeldes Houthis, dado que os ataques que estes têm sofrido desde o início da operação dos EUA, não terem tido até ao momento nenhum sucesso , dada a profundidade a que estão, por forma a que Trump, numa guerra relâmpago contra os Houthis, possa reclamar vitória, já que nos outros Teatros de Guerra a sua atuação tem sido um desastre.

Pelas fontes que contatei parece que o Irão terá, via Putin, entregue uma declaração nesse sentido, embora como sabemos, seja muito difícil controlar efetivamente se esse apoio, vai, ou não ser efetivado.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva

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