Geral Opinião

Gaza, e agora?

Com o constante ataque de Israel sobre Gaza, por parte de Israel, que quebrou o cessar-fogo,  bombardeando o enclave, por meios aéreos, que muito provavelmente serão precedidos por um ataque com Forças Terrestres, com cerca cinco divisões, factos que combinados com um total cerco medieval, que já há cerca de três semanas impede que no território entre qualquer espécie de ajuda humanitária, e tendo simultaneamente retirado qualquer possibilidade da população conseguir ter acesso a água potável, dado que Israel também cortou o fornecimento de energia elétrica ao território, essencial para que a única central dessalinadora do enclave pudesse funcionar, os civis Palestinianos não vão conseguir permanecer, por muito mais tempo no território, sendo obrigados a partir para outro , ou outros locais , que os queiram receber, que muito provavelmente serão localizados no Egipto.

O Egipto entretanto, não os desejando no seu território, está a tentar quase “in extremis” renegociar o plano de paz, assinado pelo Hamas e por Israel, que havia sido acordado no final da presidência de Biden, no sentido deste entrar na sua segunda fase, propondo uma solução, para que no final da terceira fase do mesmo, solução essa já acordada com a lugar Árabe, em que a Arábia Saudita participaria financeiramente na reconstrução de Gaza, e em que seria constituído um governo “ad hoc“, para assegurar a governança do enclave sem o Hamas, governo esse a ser constituído por tecnocratas, independentes, palestinianos na diáspora.

Para o Egipto o tempo urge, pois Trump está a pressioná-lo politicamente, para que este acolha os palestinianos de Gaza, e muito provavelmente os da Cisjordânia e de Jerusalém Ocidental, algures no deserto do Sinai, ameaçando o general Sissi que lhe corta todo o auxílio financeiro , que os EUA lhe dão para que este continue a governar o Egipto, desde que Sissi, num golpe de Estado apoiado pelos americanos, retiraram a Irmandade Muçulmana do poder, que havia conquistado em eleições.

Sendo o Hamas um movimento político e militar profundamente ligado à irmandade muçulmana, o Presidente Sissi tem receio que a Irmandade Muçulmana Egípcia, a ele se de ligue, e juntos se insurjam no sentido de voltarem a tomar o poder no Egipto pelas armas.

Trump querendo resolver à pressa um problema em Israel, poderá abrir um muito maior pois um governo fundamentalista Islâmico no Egipto é uma autêntica bomba relógio no país de África, por onde passa o canal do Suez, ou seja, como diz o povo, seria pior a emenda que o soneto.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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