A Igreja Católica global, como todas as Instituições Seculares, é palco de grandes disputas internas pelo poder, que embora esta não tenha, nem de perto, nem de longe o poder Imperial que teve no passado e que exerceu no Velho Continente e no Mundo, desde a queda do Império Romano, a que a Igreja temporal sucedeu na sua continuidade, e a quem todos os Reinos Cristãos prestavam vassalagem, até à Revolução Francesa que pôs fim ao Antigo Regime, que instituiu o Estado e deu início ao Liberalismo.
Claro que desde o início da Igreja, que tem havido alguns cismas, a maioria deles efetuados tendo como principal causa a luta contra o poder temporal do Papa como Imperador, por vezes tendo como pretexto e como justificação, a forma sumptuosa com que o papa exercia o mesmo poder, em suma todos eles tiveram na realidade e por base disputas pelo poder, de que é exemplo a batalha de Aljubarrota, em que nós e, curiosamente os Britânicos éramos leais ao Papa de Roma, e os franceses e castelhanos ao Papa de Avinhão.
Passados séculos a Igreja continua a ser palco de disputas políticas pela posse do trono de São Pedro, lutas e disputas entre as alas mais conservadoras e as mais liberais, uns querendo uma Igreja mais Ritualista, outros mais despojada e mais virada para os aspetos humanitários e sociais.
Ao longo dos tempos, pois o tempo da Igreja não é o tempo dos homens, a Igreja tem conseguido dirimir os seus conflitos internos fundando congregações, movimentos, prelaturas, onde têm cabido as facções mais conservadoras e tradicionalistas e as mais despojadas, mais abertas à sociedade, no entanto sempre que se espera que haja um conclave, estas duas fações começam a prepará-lo com tempo, a ter apoios políticos vindos de fora da Igreja, e a contar espingardas para, sem provocar nenhum cisma, conquistarem a cadeira de Pedro.
Curiosamente tem sido em Portugal, no Hotel da Penha-longa em Sintra, o local em que os cardeais mais conservadores, tradicionais e ritualistas, se têm juntado, liderados por alguns cardeais dos EUA, para conspirarem contra o atual Papa Francisco, tendo quase provocado um cisma, e atualmente para juntarem forças para ganhar um futuro conclave, que infelizmente está para breve.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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