Portugal desde que acabou a guerra no Ultramar, deixou de fabricar algum material de guerra, de que são exemplo, as armas ligeiras da família da G3, os morteiros e morteiretes ligeiros, as munições ligeiras e pesadas, principalmente porque o Exército Português em tempo de paz não tinha capacidade de absorver a produção dessas indústrias e a sua venda para o exterior, devido às enormes restrições à venda dos mesmos, especialmente em munições, pois este material, não deve cair no mercado negro ou em empresas da fachada que os compram, para os colocar em grupos terroristas ou nas mãos do crime transnacional.
Atualmente não tenho dúvidas que Portugal tem núcleos de empresas de nicho na área da defesa muito bons, mas não tem capacidades de os fabricar ainda em massa, em embora sejam em áreas importantes, especialmente relacionadas com tecnologias de ponta, muito resumidamente em eletrónica, drones asa fica, robótica, aeronáutica nomeadamente construindo elementos estruturais para a aviação em conjunto com o Brasil, e alguma capacidade espacial, na construção de micro satélites, bem como ainda tem um estaleiro capaz de construir carcaças de navios.
Portugal para poder aumentar o seu investimento em defesa, tal como quer a NATO e a UE, deverá investir mais na produção, do que sabe fazer bem, promovendo o produto na UE e no Mundo, pois sem mercado estas empresas dificilmente e em tempo de paz não são viáveis, e juntamente com os parceiros europeus, deverá também investir na fabricação de partes, de módulos, de equipamentos navais, aeronáuticos e terrestres, em projetos de cooperação, a exemplo do projeto do avião de transporte A 400 da airbus, projeto no qual não participámos, e que muito desenvolveu a investigação e desenvolvimento e a indústria aeronáutica dos estados membros que nele participaram.
A participação em projetos europeus, fabricando módulos em cooperação estruturada permanente, é fundamental, pois só assim Portugal e a Europa se desenvolvem, bem como evitamos adquiri-los noutras geografias e enriquecê-las.
Investir em Defesa Europeia, a nível de produção industrial deverá ter que ter investimentos europeus a fundo perdido, tipo PRR, para a defesa, embora o atual Tratado de Lisboa, o dificulte muito, mas não o impossibilita, pois todas as leis têm os seus alçapões para as podermos, ” in extremis”, contornar sem cair na ilegalidade.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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