A França está nestes próximos dois dias, a organizar em Paris uma Conferência Internacional sobre Inteligência artificial, com a finalidade de a regular eticamente.
A regulação é sempre um “must” da Europa, algo que tem sido avesso ao seu desenvolvimento, e que está a deixar o velho Continente fora da grande revolução tecnológica da atualidade , como se pudéssemos colocar a cabeça debaixo da areia, para não ver o que se passa ao redor, em rodo o mundo.
Creio que a Europa já vai tarde em relação a este assunto, que se deveria ter regulado há anos, quando a velocidade em que se desenvolvia esta tecnologia ainda o podia permitir, e que deveria ter assentado, em princípios éticos fundamentais, que teriam de ter sido orientados na ótica, que esse desenvolvimento nunca poderia colocar em causa a sobrevivência da nossa espécie, devendo sim auxiliá-la a caminho do seu progresso, desenvolvimento e bem-estar.
Neste momento os dados estão lançados, as instituições multilaterais estão paralisadas, a competição entre potências é cada vez maior, e a IA é um motivo de grande competição entre elas, para dominarem o conhecimento, que é o grande fator que pode ser, no futuro, diferenciador entre elas, e como tal não vão admitir limites ao desenvolvimento da IA, quaisquer que eles sejam.
Uma coisa é certa, devido ao excesso de regulação e de regulamentação os automóveis na UE, mesmo os importados, não podem ter acesso total aos módulos que a permitem efetuar, enquanto que noutros continentes ela já é autorizada, o que na pratica significa que tentar regular e legislar depois da tecnologia estar disponível, pode ser o nosso “Karma” de europeus, se tal se justificar, o que não é seguramente o caso.
Qualquer regulamentação no Espaço Europeu não pode impedir a I&D neste campo, o que é quase como conseguir efetuar a quadratura do círculo, pois com a velocidade vertiginosa com que a IA está a avançar, corremos o risco de que quando à regulação e consequente legislação estiver pronta já se encontram obsoletas.
Resta-me a esperança de que exemplo da limitação de uso autoimposta pelos estados detentores de armamento nuclear, para evitar o apocalipse, pode ser que o homem também o venha a fazer com a IA , a longo prazo, se o seu uso fizer perigar a nossa espécie.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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