Os cabos submarinos são atualmente tão importantes, nesta era digital, como as rotas marítimas eram e são desde os tempo de Afonso de Albuquerque, e curiosamente praticamente nos mesmos locais, pois eles ligam os continentes, levando o sinal de internet a todo o mundo.
Curiosamente a maioria dos cabos submarinos pertencem ás grandes companhias digitais , tais como a google, cabos que por vezes se interconectam entre si, o que significa que a arquitetura, gestão e a segurança das comunicações digitais mundiais está nas mãos exclusivamente de empresas privadas, o que é um contrassenso dada a importância estratégica das mesmas, o que em minha opinião, as transforma pelo poder que detém em atores do sistema internacional, mais importantes que alguma pequenos! Médios Estados.
Sendo os cabos submarinos infraestruturas críticas que devem ser protegidos, há pontos muito sensíveis, que tal como os “choke points” da navegação, em que quem os controla pode deles obter vantagem, de que destaco os pontos de estrangulamento do Canal da Mancha, que liga o Reino Unido à Europa, e o do Suez, que inclui o Mar Vermelho, e o Estreito de Ormuz, cabos que ligam a Europa, à Africa e à Ásia.
A Zona de “Bab el mendeb” na costa do Iémen, é atualmente um “choke point” de cabos submarinos muito relevante , muito em especial no atual conflito entre Israel e Gaza, pois os Houtis são um dos próxis do Irão, que na sua atividade “terrorista” poderão também, tentar cortar os cabos que por lá passam, sabotando-os de uma forma eficaz, utilizando meios pouco sofisticados e acessíveis, como as âncoras nos seus navios, dado que nesse ponto passam cabo submarinos muito importantes, que ligam a Europa à Ásia, que pela quantidade enorme de informação, que neles transitam diariamente, os tornam fundamentais para se efetuarem todas as transações comerciais e serviços, entre esses continentes.
Os cabos submarinos são por conseguinte alvos estratégicos, passíveis de ações de sabotagem, física e cibernética, em conflitos globais e regionais, para não falar de também serem muito vulneráveis a acidentes provocados pela atividade humana, tal como a pesca, e a fenómenos naturais, pelo que é necessário garantir que neles fluam livremente os dados, efetuando uma vigilância muito apertada.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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