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Será que Israel vai assinar o acordo de cessar-fogo no Líbano?

Foto: Daily Guardian

Biden, nos últimos dias da sua presidência parece querer deixar um legado da sua presidência, ao tentar a todo o custo pacificar o Médio-ocidente, e obrigar o Primeiro-ministro de Israel a assinar um acordo de cessar-fogo por sessenta dias no Líbano, que se deve iniciar imediatamente, patrocinado por ele e pela França de Macron, potência ex-administradora do território, após a queda do Império Otomano.

O Primeiro-ministro de Israel terá hoje, 26 de novembro, que concordar com o acordo, que já tem a anuência do Líbano e do Hezbollah,   que vai no sentido da reposição da decisão 1701 do Conselho de Segurança, que previa que as forças do exército libanês deveriam assumir as posições do Hezbollah na fronteira com Israel, e que a ONU continuará a monitorizar o acordo, com uma força manutenção de paz. É claro que existem mais pontos no acordo, no entanto na sua essência pouco mais trazem de novo.

Este acordo, a ser assinado por Israel, está já a ser contestado  pelos autarcas do Norte de Israel, que pretendiam que Israel criasse uma  zona -tampão na Região, pois sem ela temem pela sua Segurança, bem como afirmam que este acordo,  na prática é uma derrota de Israel, posição semelhante à que têm os conservadores da coligação governamental de Israel, que pretendiam anexar mais território, que historicamente deve pertencer a Israel, tendo mesmo Ben Gvir afirmado que a ser assinado este acordo seria uma oportunidade perdida para Israel.

Para os interesses de Israel a conquista de mais território , também seria bem-vinda porque em frente ao Sul do Líbano no mar, existem grandes reservas de gás natural, razões pelas quais duvido que o acordo tenha algum respaldo por parte das autoridades de Israel, porque apesar de saber destas negociações diplomáticas para estabelecerem este acordo, continua a bombardear incessantemente Beirute, bem como sabe que só precisa de aguentar até 20 de Janeiro, para ter o apoio incondicional de Trump para continuar a sua guerra-santa, contra os Proxis do Irāo e provavelmente contra o próprio Irāo.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Recorma

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