Geral Opinião

As narrativas das guerras são normalmente fruto da propaganda

Dependendo das narrativas, que são elaboradas pelos Serviços de Comunicação Pública das Forças em conflito ou em guerra, baseadas nas informações que lhe são prestadas pelos seus serviços de informações (intelligence) e que estes querem divulgar.

A desinformação, a contrainformação e a propaganda caminham muitas vezes de mãos dadas, sendo para esse efeito essenciais os Serviços de Ação Psicológica, que trabalham no âmbito das operações, no sentido de influenciar diretamente a opinião pública em benefício das operações militares em curso ou futuras, que com base nelas formula as suas opiniões e cava trincheiras defendendo as narrativas em que acredita.

A propaganda está sempre também presente em qualquer conflito ou guerra, com o objetivo de manipular os cidadãos a nível local, regional e global, tentando culpar o outro dos nossos próprios erros, atribuindo as culpas, e demonizando só um dos lados, sendo esta a pseudorrealidade a base da maioria das narrativas trabalhada, em minha opinião, duma forma muito assertiva por todos os contendores e proxis ou aliados.

Para podermos formular uma opinião diferente, da de um treinador de bancada, tem que se analisar muito bem as notícias que nos chegam de várias fontes, compará-las e analisá-las, de acordo com o que normalmente se faz nas Forças Armadas, no seu ciclo de produção de informações por forma a transformar as notícias em informação condigna.

Hitker e Goebels eram magos em termos de propaganda, e normalmente, os Estados têm mais capacidade de a produzir e divulgar, que grupos terroristas, no entanto, os últimos, compensam essa falta, através de relações de cooperação a nível regional e /ou globais, que trabalham em seu favor direta ou indiretamente.

Saber analisar notícias é algo que se treina, não as analisar e partir do princípio que o lado que apoiamos tem sempre razão, não é o que eu esperava dalguns amigos nas redes sociais, que por sinal são um ótimo meios para se chegar a um público global, em tempo-real ou perto do real e para divulgar notícias que carecem de análise, para se poder formar uma opinião esclarecida.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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