O plano de paz de Zelensky é unicamente um amontoado de ideias de diferentes domínios, e tal como Bibi em Israel, a serem tomadas em consideração arrastaria a NATO e a UE para o conflito direto com a Rússia, no qual estes não querem entrar, pois os interesses dos EUA são unicamente o de desgastar o poder da Russia, e os interesses da UE, são contraditórios em relação ao tema, sendo difícil almejar um consenso.
Zelensky tenta, desde o início da guerra, envolver diretamente, embora sem sucesso, todos os aliados, que têm tido a serenidade de resistir, pois uma escalada do conflito, implicaria uma guerra global, que todos querem evitar a todo o custo.
Uma guerra global não é do interesse dos EUA, como referi supra, nem do interesse da UE, que quer resolver o conflito por outras formas, pois embora a Ucrânia esteja na vizinhança próxima desta é um Estado que ainda está longe de poder nela vir a entrar na, da pois para além de ser muito populosa, o que desequilibraria os equilíbrio a de poder internos da União, está também a anos luz de cumprir os critérios de Copenhaga.
Recordo-me com clareza que quando os conflitos no Dombass inicialmente surgiram, e depois de se ter consumado a invasão da Crimeia, que no mundo pouca preocupação levantou, tendo os EUA ainda no consulado de Obama desvalorizado o ocorrido, e delegado a sua resolução na França e na Alemanha, que estabeleceram os acordos de Dayton, que acabaram por não serem nunca cumpridos.
O conflito na Ucrânia era, na altura, só estudado academicamente nas universidades, como o eclodir dum conflito congelado, e em Portugal dávamo-nos ao luxo de barrar a entrada aos migrantes ucranianos, chegando ao cúmulo de funcionários do SEF terem torturado e morto um migrante nas instalações do aeroporto.
O conflito era de tal maneira pouco importante para os aliados, que tanto na NATO como na UE, essa preocupação era exclusiva dos países de Leste, enquanto os países do sul tentavam menosprezar a ameaça Russa e enfatizar a ameaça vinda do Norte de África.
Infelizmente para Zelensky e para a Ucrânia se Trump ganhar as eleições nos EUA, a narrativa mudará e com ela a Ucrânia deixa de ser prioritária.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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