A Ucrânia está em risco de perder a guerra por falta de apoio ocidental, mais precisamente dos EUA, que se Trump ganhar as eleições presidenciais, certamente lho retirará, conforme tem referido múltiplas vezes durante a sua campanha eleitoral, o que significará que Zelensky terá de arranjar soluções alternativas, para mitigar essa enorme lacuna que se abrirá, nos países do Ocidente alargado, e muito em especial na Coreia do Sul, país com enormes “stocks” de munições e de meios militares modernos e sofisticados, bem como tem de os produzir internamente em maior quantidade.
O facto da Coreia do Norte ter enviado um contingente militar para a Rússia, para além de lhe estar a fornecer mísseis e munições de artilharia pode ser um canalizador dum maior apoio à causa ucraniana por parte desse país, pois dessa forma combate indiretamente o seu fidalgal inimigo, e a potência que o apoia e torna menos eficaz o bloqueio ocidental.
Esta escalada para a Ásia do conflito ucraniano, e a escalada da guerra do Médio-Oriente para a Ásia-menor, é muito perigosa, e são um prenúncio duma guerra global, em busca de um novo equilíbrio, ou seja, duma nova Ordem Mundial, que determinará o futuro do século vigente.
Alguns analistas afirmam que Trump não pode fazer tábua-rasa dos interesses que condicionam a política externa dos EUA, não estou certo disso pois não encontro nele qualquer espécie de racionalidade, conforme pudemos verificar durante o mandato em que esteve à frente da casa branca, em que quis tornar a América numa democracia iliberal, não sendo sequer sensível aos argumentos mais moderados e dos militares.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
Adicionar comentário