Estou completamente estupefacto com a denominação dos ecrãs na educação, principalmente a nível europeu, pois parece que de repente, os ecrãs e toda a tecnologia digital, nos diversos patamares de ensino, inclusive no ensino universitário, passaram a fazer tão mal à saúde e à concentração dos alunos, como o tabaco nos anos 90 do século passado.
Na Finlândia, o país europeu mais evoluído nesse sentido dentro da UE, de acordo com as informações que disponho, vão voltar aos manuais em papel, e a abolir o ensino com meios digitais. Em Portugal fala-se em reavaliar os projetos-piloto de ensino “paper less”, para voltar ao sistema de ensino, que está vigente a nível global, pelo menos desde a revolução industrial.
Esta retorno ao ensino tradicional, escolástico, parece-me mais ser um problema da classe dos professores, do que dos alunos, pois estes não parecem estar motivados para a mudança, porque teriam de aprender a ensinar doutra forma, bem como a aprender a avaliar doutra forma diferente da dos clássicos testes escritos, em que a memorização é praticamente aquilo que conseguem e querem avaliar, o que em pleno século XXI é um completo contra-senso, para nāo dizer um completo disparate.
O mundo atual é um mundo digital, em que a Inteligência Artificial começa a dar os primeiros passos, e onde até os próprios serviços públicos e privados, começam a só aceitar, que com eles se interaja através de sistemas de comunicação digital, inclusive na maior parte dos países europeus, e a título de exemplo, os concursos públicos de arquitetura exigem, que se entreguem projetos em BIN, algo que em Portugal não é sequer ensinado nas faculdades de arquitetura, o que implica que nenhum arquiteto a português a eles podem concorrer, sem aprenderem fora das Universidades a com eles trabalhar, já havendo , de acordo com as informações que disponho, alguns países que rejeitaram projetos do arquiteto Ciza Vieira, que se recusa trabalhar e a cumprir os procedimentos concursais que exigem essas ferramentas.
Como afirmei a culpa desta situação incide principalmente na classe dos professores, algo que me faz lembrar um velho General que foi meu professor, que se recusava a estudar e a ensinar a mais recente doutrina NATO, que os espanhóis adoptam imediatamente sem traduzir, mas nós não, porque todos os oficiais têm de falar Inglês, alegadamente porque com o Regulamento de Operações, na altura vigente, que ele sabia de cor, não tinha que se atualizar e sabia como avaliar, e onde podia “brincar” com os alunos, para utilizar uma expressão bondosa para classificar essas brincadeiras.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma.
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