Geral Opinião

A guerra no Médio Oriente e a ineficácia da UE

A UE continua preocupada com o petroleiro de pavilhão de Chipre, que foi atingido pelos Houtis, com um míssil no mês de agosto no Mar Vermelho.

A tripulação abandonou imediatamente o navio deixando-o a arder, estando o navio atualmente, desde o impacto do míssil,  à deriva completamente carregado de petróleo.

Nenhum rebocador se quer aproximar do navio para o rebocar para um local onde se apague o incêndio e se possa transladar o crude, porque há suspeitas que entretanto o navio foi armadilhado pelos Houtis.

Parece que também não há nenhuma equipa de desminagem civil disponível, e de acordo com as informações que disponho, terá de ser pedida uma equipa de desminagem militar a um país da UE dado o navio ser de pavilhão de um estado-membro que não tem essa capacidade de desminagem.

Poderá ser uma missão para ser efetuada por um dos Estados-membros da UE, que têm navios de guerra na Missão Atalanta na Região, mas dada a morosidade do processo político e militar de decisão na UE, entretanto o navio virá certamente afundar-se se, o que a acontecer será uma das maiores catástrofes ambientais do mundo.

Enquanto o processo de decisão na UE continuar a ser tão difícil e moroso, esta nunca poderá atuar atempadamente em nenhum cenário de emergência ou de crise, pelo que é necessário agilizá-lo, e criar urgentemente um Quartel General Conjunto de nível estratégico para a UE à semelhança do SACEUR da NATO, algo que já teve várias vezes em agenda do Conselho Europeu, mas que ainda não gerou o consenso dos Estados-membros, pois os mais atlantistas, influenciados pelos EUA não têm querido para evitar duplicações de Capacidades na Europa, algo que em minha opinião é um erro-crasso, pois a UE sem ele nunca se poderá autonomizar em termos de Defesa, ou seja, este é um caso em que a duplicação de capacidades é necessária.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

Tags