Há uma grande perplexidade nos OCS relativamente à razão pela qual os EUA não autorizam o uso de sistemas de armas e mísseis de longo raio de alcance no território Russo, por parte das forças Ucranianas, sendo que a opinião geral veiculada incide no receio da escalada para o patamar nuclear por parte da Rússia, bem como que essa escalada também poderia ocorrer com a utilização massiva de armamento convencional, ou seja com um maior número de ataques russos sobre cidades Ucranianas e sobre civis, efetuadas com um maior volume de mísseis e drones.
Em minha opinião essas razões, embora plausíveis, não são as verdadeiras razões, a razão estará relacionada com a divergência relativamente ao objetivo político dos diversos atores da guerra, ou seja os ucranianos querem derrotar a Rússia e recuperar o seu território em pleno, os europeus, principalmente os do Leste querem derrotar e conter uma possível e posterior invasão russa sobre os seus territórios, enquanto que os EUA querem simplesmente desgastar o poder da Rússia, para a enfraquecer, ou seja nāo pretendem a sua retirada total do território ucraniano, mas ir paulatinamente enfraquecendo o poder da Rússia, sem querer desestabilizá-la internamente, algo que poderia ser gerador dum conflito muito perigoso caso a Federação Russa implodisse, algo que poderia acontecer caso a Rússia fosse completamente humilhada, pois convém não esquecer que o arsenal nuclear Russo está espalhado por todo o território e não convém que caia na mão de grupos separatistas instáveis e pouco racionais. .
O enfraquecer o poder russo tem a ver com todas as dimensões desse poder, desde o económico aos militares. O interesse dos EUA é, no fim ao cabo colocar a Rússia na mesma situação em que esteve aquando do fim da guerra-fria, que perderam, e quiçá voltar às relações de Cooperação NATO Rússia, que deram muitos frutos na altura, ou seja, os EUA nāo pretendem a derrota russa, e sendo realistas e racionais sabem, que é impossível pela força obrigar os russos a retirarem do Donbass, sem entrarem diretamente no conflito.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
Adicionar comentário