A Rússia afirmou no dia 27 de agosto que os ucranianos preparam-se para entrar na região de Belgorod no seu território, algo que a confirmar-se e se tiver sucesso poderá interromper e comprometer a cadeia logística das Forças Russas a atuar no Dombass, o que poderá obrigar a Rússia a ter que deslocar algumas forças dessa região, para conter esse novo ataque ucraniano, e assim perder o ímpeto da sua ofensiva, algo que pode impedir de a conquistar, até ao fim do Verão, algo que não conseguiu com a ofensiva que está a efetuar em Kursk.
Esta eventual nova penetração no território russo consubstancia na prática, o novo pensamento estratégico e operacional do novo Comandante do Teatro Ucraniano, muito mais audaz que o anterior, que após ter verificado com a ofensiva que está a efetuar em Kursk, que a Rússia não escalou para o patamar nuclear tático, conforme continuamente ameaçada, vai continuar a explorar a vulnerabilidade e os pontos fracos da defesa russa, que descuidou esse seu território, convencidos que a Ucrânia nunca a exploraria, porque o Ocidente nunca o permitiria.
Começa-se finalmente a ver manobra no Teatro Operacional, pois a guerra de atrição que se desenrolou nos últimos dois anos, só favorecia a Rússia, que tem uma maior capacidade de mobilizar um maior número de soldados, bem como historicamente sempre privilegiou a artilharia na sua organização militar, e consequentemente na sua tática e no seu conceito operacional, dado que a tática tem sempre de se adequar aos meios disponíveis e deles tirar o melhor partido.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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