Bidente, é lá para o amigo JM, eu sou mais, como diria o poeta…”um fingidor”…Mas por vezes observando, retiramos conclusões de quem anda atento à nossa história de hoje.
Sempre disse aos meus amigos de igual idade – que isto do vírus, teria que morrer quem já estava previsto.E que passados alguns meses já ninguém falaria de tal assunto arrumado ao lado da Gripe das aves, da doença das Vacas Loucas e das Gripes com todas as letras à frente.
Cheguei a dizer que “quem tem de morrer de cornada de grilo não morre do coice dum gafanhoto”. E só me enganei no futebol.
Sempre imaginei que tudo voltava à normalidade possível com o pontapé de saída dum qualquer jogo Sporting /Benfica.
Enganei-me! E quem avançou foi o Avante com a Manif do 1º de Maio seguida da Festa do Avante. Nada contra. Até vou quase sempre à Festa do Avante” só porque sim.
Ora aqui tem de se entrar em consideração com a política, com a força do Mercado da saúde, com a força e poder dos laboratórios e por fim… com a inultrapassável vontade de ficar na história como políticos defensores do povo na paz e na guerra, na saúde e na doença. Não dos políticos portugueses, mas de todos os que mandam nos diversos países do mundo. E os portugueses vão atrás, Lembram-se da Guerra do Iraque? Foi tudo atrás.
Primeiramente alguém ventilou que o vírus era mortal, depois foi o que se viu o terror das pessoas mais sensíveis e o alerta do modo como os velhos são tratados “ao monte” aguçou o despertar das boas vontades.Como o vírus é altamente contagioso pareciam tordos a caír naqueles lares amontoados em conserva aguardando apenas a hora da morte.
Uma crise, pós vírus, também não é problema vindo Milhões do estrangeiro. Estávamos a melhorar o nível de vida do País, mas também ainda não estava tudo rico…portanto, mais uma crise menos uma, talvez até fosse melhor para se evitar falar nos escândalos da politica, da Isabel de Angola, do BES, do Sócrates, do Novo Banco, e dos casos muitos que por aqui ainda sobrevivem.
E como se sabe, nivelar por baixo nunca fez mal a ninguém e por isso convinha que o vírus não escolhesse carteiras vazias e tratasse todos como manda a Bíblia tudo por igual. Cá morreu, logo no inicio da crise, um Administrador de um Banco e um Massagista, assim a modos que democraticamente.
Depois o negócio dos ventiladores a qualquer preço do desinfectante a preço do ouro…e as máscaras, fatos, plásticos pararevestimentas e de usar e deitar fora. O gel em frasquinhos para o bolso, com spray, com doseador, ao litro e muito mais…O negócio não pára.
Agora em cada restaurante dispensadores de pedal na entrada para gastar mais gel.
Os armazéns de papel, agora também revendem gel e máscaras. Até as padarias já vendem mascarilhas.
Naturalmente com imaginação e sem fazer nada em casa, o povinho criou equipas para voluntariamente fazer mascara e viseiras para os bombeiros e pessoal dos Hospitais. Uma gota no Oceano, mas faz bem ao ego.
O pessoal da saúde voluntariou-se e desde o presidente do Sporting que é médico, até todo o pessoal que foi obrigado a deixar tudo para combater o Vírus, atacou e bem os primeiros impactos criando uma visibilidade de BONS SAMARITANOS, sendo reconhecida e agradecida a luta sem horário, com cantigas, hinos, etc.,tudo menos dinheiro para pagar condignamente aos enfermeiros e restante pessoal que sendo necessário, mostrou qualidade mas vai ser esquecido rapidamente para não haver a tentação de ser aumentado o seu salário de miséria.
As câmaras também se movimentaram e criaram bonificação de impostos. Apoios aos comerciantes e a famílias mais carenciadas…uma mostra de bem fazer que dará votos se não for esquecida na hora de votar.
Os jornais também ganharam com o abundante noticiário de comunicados e reportagens da TV bem como os canais pagos com programação de filmes para ficar em casa.
Os Bancos abriram os cordões do crédito e criaram extensões de pagamento de 6 a 12 meses.
Tudo boa gente.
Tudo unido numa luta, tipo Cruzadas do antigamente. Agora o Mercado venceu o Vírus. O vírus não morreu. Morreu foi a luta colectiva que se fartou da falta de dinheiro e o voltar ao trabalho é uma necessidade não uma victória. A menos que se considere que a Economia de Mercado ganhou.
Agora a luta passou para uma escala menor- A restauração, os concertos de verão e toda uma industria invisível mas muito maior do que se imagina…e o Verão traz a praia.
Alguém me pode proibir de ir à praia apanhar sol? Serei obrigado a correr para mostrar que faço desporto?
Agora é a lei dos que nada fazem e pouca imaginação têm. Esqueceram tudo, o vírus, as mortes os ventiladores…agora a sua importância mede-se pelas leis que estão a concertar para a Praia, Restauração e Concertos.
Esqueceram-se que foram empurrados por forças bem maiores a estar confinados e reduzidos à sua expressão mais simples, fazer o trabalhinho do pessoal menor.
Lembrem-se disso!
Digo eu, não sei…que não sou nenhum malandro.
Helder Martins
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