Portugal não se pode comparar a países, estados-federados, impérios de grandes dimensões territoriais e populacionais, em termos de desempenho nos Jogos Olímpicos, só se podendo comparar com estados de média dimensão, com democracias liberais, e entre estados-membros da UE, sendo que com esses verifica-se uma diferença significativa em termos de eficácia comparativa, que é medido pelo número de medalhas olímpicas.
O Paradigma, qual fado, que nos persegue de falta de eficiência, dada a falta de planeamento e organização, é algo inultrapassável, que nos prejudica há séculos, pois com recursos humanos e financeiros semelhantes a outros não conseguimos, nem no desporto, nem na economia, nem em campo nenhum de atividade competir, enfim…
De qualquer forma teremos inevitavelmente que estar sensivelmente melhores, uma vez que em termos de infra-estruturas desportivas, quer em qualidade, quer em quantidade, atualmente nāo nos podemos queixar, pois a maioria dos nossos concelhos tem bons equipamentos, por vezes até duplicados e triplicados desnecessariamente, sendo mais uma motivo de ostentação de novo-riquismo, do que de políticas desportivas coerentes.
Podemos continuar a apostar em todas as modalidades ou em modalidades de nicho, algo que só depende da vontade política e de um planeamento estratégico bem feito, com recurso a treinadores dedicados e estangeiros, pois o português normalmente aceita melhor a autoridade, quando ela vem duma personalidade exterior ao TN.
A União Europeia, contudo, em termos de medalheiro olímpico, vista como um todo, e em termos de somatório de medalhas olímpicas, está à frente de todos os com quem se pode comparar, algo que não é despiciendo, pois demonstra a sua vitalidade, e que o modelo seguido e a seguir deve ser intensificado.
Pena é que os Jogos Olímpicos continuem a ser politizados, e que alguns estados tenham tratamentos diferentes, ficando de parte a Rússia e Bielo-Rússia, mas não Israel, o Irāo, a Venezuela, e a Coreia do Norte, algo lamentável, pois não se percebem os critérios, e como sempre, os três são três, mas os quatro, não são todos iguais.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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