A Câmara Municipal de Mafra informou, por escrito os seus munícipes, que por ordem da Direção Geral de Saúde, estava impedida de comunicar os dados específicos sobre a Pandemia da COVID-19, por freguesias, só podendo comunicar os dados globais do Concelho.
Este comunicado é muito estranho por ser, aparentemente incompreensível, mesmo numa situação de estado de emergência, e vai contra o afirmado pelo Presidente da República de que tinha que haver transparência, e que a informação não seria controlada.
Todos nós, militares, sabemos que numa situação de guerra a informação é normalmente controlada, para evitar o pânico, e para evitar que a moral na retaguarda se desvaneça, dificultando assim o combate na primeira linha.
Todos nós desconfiamos dos números oficiais, que os Chineses divulgaram, por nos parecerem ser muito inferiores aos números reais.
Esta manipulação dos números efetuada pelas autoridades Chinesas é normal numa autocracia, ditadura, para evitar que o regime seja posto em causa, bem como para evitar críticas à forma de como este geriu a crise.
Salazar dizia que os números diziam o que nós quisermos que eles digam, sendo esta ainda hoje a máxima dos regimes autocráticos. Estranho que a sigla DGS se esteja a parecer com a antiga DGS sucessora da PIDE.
Não vejo outra razão de ser desta postura da DGS a não ser a de impedir a verificação, accountability, dos números, ou seja de impedir que, eventualmente, alguém possa querer fazer essa verificação, que é mais fácil em comunidades pequenas.
Evitar o pânico e o terror é importante, parece-me no entanto que seria melhor intervir junto da Comunicação Social, sensibilizando-a para não continuar a massacrar constantemente a população, e a ter uma mensagem contrária à da exploração do sensionalismo e da desgraça, que Infelizmente tem sido essa a tónica dominante inclusive no canal de televisão público.
Bem haja ao Presidente da CMM por ter tido a coragem de informar os seus munícipes da proibição da DGS
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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