Putin e Xi Jinping reuniram-se para debater assuntos relativos à sua cooperação estratégica, às suas parcerias estratégicas em vários domínios entre iguais, como frisou Putin no seu discurso, para tentar demonstrar ao mundo que a Rússia não está numa relação estratégica de acomodação em relação à China, relação normalmente de subalternidade, conforme a maioria dos analistas ocidentais referem, à relação entre esses dois países asiáticos, em todas as suas teses.
A relação de parceria estratégica com o, agora designado, Sul Global, está a ser uma das mais relevantes, visíveis e profícuas parcerias que estabeleceram, em que ambos se complementam e se afirmam globalmente, conseguindo o apoio e a sua posterior entrada nesses países, usando uma retórica comum de que os vão ajudar a desenvolver-se e, concomitantemente, ajudá-los a pôr fim ao colonialismo ocidental, retórica que colhe muitos apoios nessas geografias.
Paradoxalmente, a luta pela libertação do colonialismo ocidental teve como catalisador a guerra da Rússia contra o Japão, em que este último pela primeira vez ganhou a uma potência que era maioritariamente de etnia eslava, branca.
Em termos de mera curiosidade e para sublinhar o que referi, a Rússia e a China, compraram a produção de 65% de todos os charutos cubanos nos próximos dez anos, acabando com quase toda a exportação desse produto para o Ocidente.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
Adicionar comentário