Foi ontem anunciado pomposamente que Portugal teve um excedente orçamental no ano transato de 0,2%, e teve um crescimento económico de cerca de 2,2 % valor superior à média europeia.
É uma façanha da qual o atual ministro das finanças, Mário Centeno, se pode gabar, e os Portugueses também, dado termos sido nós todos em conjunto, que tivemos que, a bem da nação, suportar o extraordinário aumento da carga fiscal, cortes nos salários, despedimentos e falências de empresas, desinvestimento e cortes draconianos na administração pública e em obras públicas fundamentais para o bem-estar e segurança da população, .que tiveram como consequências mais evidentes a perda efetiva do poder de compra, da maioria dos trabalhadores, e a degradação de todo o sector público.
Em termos financeiros o país está mais bem preparado para poder fazer face a uma crise, afirmou orgulhosamente Mário Centeno ontem em Conferência de imprensa, facto que pronunciado em tom triunfante no início da atual guerra contra a pandemia do COVID-19, pode ter um efeito perverso, uma vez que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) , está mais frágil do que estava em 2008, em virtude de ter passado pelo período de maior desinvestimento público, de que há memória, que o fragilizou quer em recursos materiais quer em recursos humanos.
Gostava sinceramente de acreditar que estamos mais bem preparados, mesmo financeiramente para fazer face a uma crise, não estamos, é certamente preparados, nem nenhum país está, para fazer face à atual pandemia do Covid-19 e suas consequências a nível económico e financeiro, pois todos sabemos, que sem um avultado auxílio financeiro, será muito difícil o país conseguir reerguer-se, no final deste tsunami global de consequências imprevisíveis.
Em termos de SNS estamos, infelizmente, a constatar que o Serviço, no início da atual pandemia, não tem sequer equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde, , nem possui ventiladores, em número suficiente para para fazer face a uma situação normal, quanto mais a uma emergência, dado que em termos de rácio por 100 000 habitantes estamos perto da cauda da Europa.
Espero que como o presidente do Eurogrupo, o atual ministro das finanças, consiga convencer os seus pares da Finlândia, da Holanda e da Alemanha, da necessidade urgente de medidas extraordinárias que poderão passar pela emissão de CORONA bonds.
Tive pena que ontem, Centeno na Conferência de imprensa, não se tivesse referido a Mário Dragui, que ao dar autorização ao BCE para adquirir títulos da nossa dívida soberana no mercado secundário, conseguiu diminuir draconianamente os juros da nossa dívida pública, facto que em minha opinião foi determinante nos resultados que apresentou.
Finalmente espero como europeísta convicto que sou mais da Europa, da cooperação e da solidariedade europeia, sobre risco de ela se auto-destruír.
Os partidos de extrema – direita e o Trump estão desejosos de acabar com este sonho, quiçá utopia em que acredito.
Nuno Pereira da Silva
Cor InfRes
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