As Nações Unidas estabeleceram o dia 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente para destacar que a proteção e a saúde do meio ambiente é uma questão relevante, que afeta o bem-estar dos povos e o desenvolvimento económico em todo o mundo.
Portugal associa-se desde 1973 às comemorações deste dia, depois de ter sido um dos países participantes na primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Humano, ocorrida em Estocolmo em junho de 1972 e onde se instituiu esta efeméride, de imediato se divulgaram iniciativas na área da sensibilização e educação ambiental entre estabelecimentos de ensino e a sociedade portuguesa em geral.
Todos os anos, há um evento organizado pelas Nações Unidas com um país anfitrião, que recebe a missão de criar atividades em torno da temática escolhida, de forma a promover a mudança de escolhas individuais, de políticas públicas rumo a estilos de vida mais ecológicos e equilibrados com a natureza.
Este ano, o tema central é “acelerar a restauração da Terra“, uma evocação urgente para combater a degradação do solo, a desertificação e os efeitos, diretos e indiretos, das alterações climáticas e a conferência das partes da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação de dezembro, é sediada no Reino da Arábia Saudita, que visa impulsionar a ação global na direção do cumprimento das metas de restauro de grandes porções da Terra, capaz de efetivamente desacelerar as alterações climáticas, proteger a natureza e aumentar os meios de subsistência e a segurança alimentar de milhares de milhão de pessoas em todo o mundo.
Esta comemoração é muito importante, pois enfrentamos, já atualmente, crises como as alterações climáticas, a destruição da natureza e a perda de biodiversidade e, não menos importante, a poluição e o problema dos resíduos. Neste âmbito, o restauro da natureza é fundamental, como forma de permitir aumentar os meios de subsistência, reduzir a pobreza e aumentar a resiliência a condições climáticas extremas. Sabe-se que as ações de restauro da natureza de pelo menos 15% da terra têm a capacidade de evitar até 60% das extinções de espécies ameaçadas.
No ano passado, grande parte do mundo sentiu os impactes, não só do calor, mas também das tempestades, inundações e seca. O resturo da natureza é, pois, fundamental no que diz respeito à Década das Nações Unidas para o restauro dos ecossistemas 2021-2030, que se constitui como um apelo para a proteção e a revitalização de ecossistemas em todo o mundo, fundamentais para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. O ano de 2024 marca o 30.º aniversário da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação.
Sabe-se hoje que o planeta Terra enfrenta desafios sem precedentes. A atividade antrópica desenfreada levou à degradação de vastas áreas de solo, afetando negativamente a segurança alimentar, a biodiversidade e a resiliência dos ecossistemas. As secas extremas, as inundações e as tempestades, cada vez mais frequentes e intensas, são apenas alguns dos sinais evidentes da fragilidade do nosso planeta.
No entanto, a esperança persiste. A ciência demonstra que a restauração de pelo menos 15% da terra degradada até 2030 pode evitar até 60% das extinções de espécies ameaçadas e contribuir significativamente para a mitigação das alterações climáticas.
Gestos simples que contribuem para diminuir as alterações climáticas, a poluição e a perda de biodiversidade:
- Separar as embalagens e colocá-las no ecoponto certo;
- Evitar o desperdício alimentar;
- Aproveitar os resíduos orgânicos para compostagem;
- Optar por produtos nacionais e, sobretudo, locais;
- Consumir mais frutas e legumes locais e da época e diminuir a quantidade de carne e peixe;
- Utilizar transportes públicos;
- Fazer mais deslocações a pé;
- Utilizar sacos reutilizáveis quando vai às compras;
- Evitar adquirir ou utilizar produtos de plástico de utilização única;
- Procurar produtos fabricados com mais preocupações ambientais.
- Plantar árvores, estas desempenham um papel fundamental na absorção de CO2, na regulação do clima e na preservação da biodiversidade;
- Proteger os solos, adotar práticas agrícolas sustentáveis, como a rotação de culturas e a agricultura de precisão, contribui para a preservação da fertilidade do solo e a redução da erosão;
- Conservar a água, a gestão eficiente da água, através da redução do desperdício e da adoção de técnicas de rega eficientes, é essencial para a saúde dos ecossistemas;
Mas afinal porque é que devemos dar atenção aos problemas do ambiente?
O relatório do programa da ONU para as questões ambientais, o PNUMA, aponta três principais problemas que o planeta enfrenta: alterações climáticas, perda de biodiversidade e poluição.
Sabia que a poluição mata precocemente cerca de nove milhões de pessoas por ano? E que em todo o planeta apenas 12% das cidades tem níveis de qualidade do ar que vão ao encontro dos padrões de qualidade estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde?
Desde 1990 que as emissões de gases de efeito de estufa só diminuíram em oito países em todo o mundo. Além disso, desde o final do século passado e até aos dias de hoje, na maioria dos países asiáticos estes valores aumentaram. Na Europa, nos Estados Unidos e no Japão os valores mantiveram-se praticamente inalteráveis.
Por outro lado, as perto de oito milhões de espécies que habitam o planeta, em que se incluem os seres humanos, estão a perder ecossistemas. Estas áreas geográficas onde coexistem espécies de seres vivos distintos formam-se e mantêm-se devido a um número chave de fatores.
Basta a destruição de um fator num ecossistema, por via das alterações climáticas, da poluição, ou apenas da ação humana, para conduzir ao desaparecimento da vida de uma ou várias espécies naquela zona.
É, por isso, muito importante criar áreas de proteção ambiental e chamar a atenção, tanto de locais como de turistas, para a necessidade de preservar e cuidar de espécies mais vulneráveis ou de ecossistemas mais frágeis.
Adicionar comentário