Em termos da Política Comum de Segurança e Defesa e de acordo com o Tratado de Lisboa, não é possível mutualizar dívida para efetuar a aquisição conjunta de capacidades militares, ou seja, não é possível concretizar o que os cabeças de Lista ao Parlamento Europeu, defenderam no primeiro debate passado na noite passada na Sic Notícias.
A defesa ainda é uma matéria da competência exclusiva dos Estados-membros e por isso é da competência exclusiva do Conselho Europeu, nem o Parlamento nem a Comissão têm influência nessas decisões.
A imaginaçāo de todos os Estados-membros para conseguir, dentro dos limites do Tratado, desenvolver novas capacidades militares, fomentando a cooperação através da Agência Europeia de Defesa tem sido muito fértil, e após várias e desgastantes tentativas, alguns passos têm sido dados, no sentido de desenvolver, financiando na totalidade com um fundo de Defesa Comum Europeu, protótipos de novas capacidades militares no âmbito da reindustrialização da base europeia de indústrias de defesa, algo que a Comissão Europeia, nesse âmbito restrito, e nos limites do Tratado poderá eventualmente vir a concretizar, algo que a acontecer efetivamente, será um grande passo em frente pois o desenvolvimento pois é no desenvolvimento de protótipos de novas armas com novas tecnologias, área de I&D onde se despende a maior parte do capital para a concretização das mesmas.
Para rever o Tratado de Lisboa e reformar a UE é necessário que haja acordo de todos os Estados-membros por consenso, e é algo que ninguém pretende fazer, por causa sobretudo da Hungria, e doutros Estados-membros de extrema-direita, que não seriam certamente favoráveis ao assunto, daí a importância do futuro Presidente do Conselho Europeu, lugar ao qual António Costa se quer candidatar, pois o Presidente do Conselho é alguém que tem que ser capaz de alcançar consensos, às vezes impossíveis, tendo para o efeito que negociar, constantemente, e de influenciar as decisões, pressionando, sendo em minha opinião um fato que pode caber a António Costa que conseguiu unir a esquerda no primeiro-mandato, e que conseguiu no Conselho criar maiorias para desenvolver o PRR.
A experiência acumulada em outo anos nas reuniões do Conselho poderá ser também um fator a favor de António Costa.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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