Conheci pessoalmente Francisco Vidal dos Santos, um dos grandes pintores da atualidade, há uns dias atrás em Oeiras, onde na Fábrica da Fundição tem o seu enorme atelier onde tem espaço para poder dar largas à sua extraordinária imaginação e genial criatividade.
Francisco Vidal dos Santos da família do ex-presidente angolano, nascido e formado em Portugal e nos EUA, cuja família é oriunda de São Tomé, espelha na sua pintura a diversidade cultural do mundo da lusofonia, conseguindo fazer uma extraordinária síntese de todas, aliando de uma forma genial todo o vasto conhecimento que possui sobre a arte contemporânea, com as formas e cores africanas que desconstrói e combina de uma forma extraordinária, ultimamente e depois de ter feito um mestrado pago pela Gulbenkian nos EUA, notando-se alguma influencia dos mestres do “grafiti” muito em especial de Basquiat nas suas obras, que no entanto delas se diferenciam muito, pois está com base nelas criando uma nova linguagem estética, dada a sua forte ligação às suas raízes africanas que são uma das suas âncoras.
Picasso redescobriu África, as suas formas e cor, José de Guimarães, um dos maiores génios da pintura portuguesa, afirma na sua biografia que em África descobriu a cor e esta influência tem sido determinante na sua carreira, dendo a série negreiros, uma das séries onde conjuga as formas e a cor desse continente onde serviu como militar do QP, algo que para Vidal é inato, não precisou de descobrir porque esta influência africana estava nele imersa, inscrita no seu ADN, o que à partida é uma mais-valia que tem sabido explorar, e que lhe tem conferido reconhecimento global, tendo como os nossos antepassados com base em Portugal conseguido esse estatuto.
A curiosidade de conhecer novas culturas, a exploração de diversos suportes para de expressar artisticamente, e neles criar arte, a sua extraordinária aliados à cultura artística e visão do mundo fazem dele um dos artistas mais bem cotados internacionalmente.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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