Numa reportagem da BBC, que foi transmitida na quinta-feira à noite, foi abordado o tema do final convulsivo da Presidência de Donald Trump, que culminou com a tomada do Capitólio, tendo no final da mesma, entre outras entrevistas, entrevistado Steve Bannon, o ideólogo da campanha e da Presidência de Trump, que acabou com este a questionar sobre o “que era a verdade?”, uma pergunta que a filosofia faz há anos, por ser difícil haver uma só verdade apodítica, ou seja, cada um sobre os mesmos factos, dependendo da sua perspetiva, tem uma narrativa diferente.
Steve Bannon, baseado na sua experiência que teve na campanha eleitoral de Trump, quando venceu Hillary Clinton, escreveu o livro “Devil’s Bargain: Steve Bannon, Donald Trump, and the Storming of the Presidency“, publicado em 2017 e contribuiu também ativamente para o livro “Guerra pela eternidade: O retorno do tradicionalismo e a ascensão da extrema-direita“, de 2021, da autoria de Benjamin R. Teitelbaum, que para além do pensamento de Bannon, analisa outros pensadores tradicionalistas, dos quais destaco Alexandr Dugin, pensadores que se opõem ao liberalismo, ao progressismo, à modernidade e à forma com que estes conseguiram influenciar o surgimento de partidos, e de líderes populistas de extrema-direita, através das suas redes de financiamento e das suas estratégias de comunicação, constituindo este, um livro fundamental para compreendermos as raízes ideológicas da nova direita que está em ascensão à escala global, nas quais se insere o partido Chega de André Ventura.
O livro doutrinário referido, serve de ferramenta de análise da realidade, e é com base neste que o populismo estabelece as suas narrativas, as suas verdades.
A minha opinião sobre este assunto, fundamenta-se em Aristóteles que afirma que entre dois extremos, da direita e da esquerda, deve-se seguir o caminho do meio.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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