Os EUA aconselharam vivamente, para não afirmar que ameaçaram por ser uma expressão muito forte, embora sem terem anunciado nenhuma consequência pela sua não acatação, através da sua Vice-presidente, a não entrarem em Rafah, ou seja, parece estarem a querer resolver o imbróglio em que Israel se meteu por vingança, utilizando todo o seu aparelho militar contra Gaza para liquidar o Hamas, sem ter em consideração as baixas dos civis palestinianos, que pelo seu elevado número de mortos e feridos, resultantes da guerra, não podem ser consideradas danos colaterais, mas sim propositados, ou seja, parece serem elas próprias, também, o objeto da operação militar, ou seja, duma cajadada matam-se dois coelhos, liquida-se o Hamas e dá-se uma lição vigorosa à população, para que submetam à autoridade de Israel, e não tenham o devaneio de querer ser iguais aos judeus em direitos e deveres, condenando-os a viver em guetos, num autêntico “apartheid” inadmissível no século em que vivemos, no território que eventualmente lhes vierem a conceder, ou de preferência que se refugiem em países terceiros e não aborreçam, esquecendo-se que quando foi criado o estado de Israel só existiam 3% de judeus.
A luta contra o Hamas é um resposta legítima ao massacre que estes cometeram em Israel, o massacre de civis palestinianos e a sua condenação à morte por fome, é um crime de guerra no mínimo, que deveria levar os seus responsáveis a sentarem-se como réus no tribunal de Haia, algo que muito dificilmente irá acontecer a não ser que os EUA o permitam, o que poderá não acontecer se estes desobedecerem ao seu estado protetor, e entrarem a matar em Gaza, para pretensamente liquidarem a estrutura militar do Hamas, já que estão, paradoxalmente, a negociar com a sua estrutura política.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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