Geral Opinião

O Colapso do Estado Português

O caso do assalto aos paióis de Tancos

No julgamento do processo do assalto aos paióis nacionais de Tancos, que atualmente está a decorrer no tribunal de Monsanto, confirmou-se que a Polícia Judiciária (PJ) sabia antes da consumação do roubo, que este estava a ser cuidadosamente preparado, pela delação dum elemento convidado para nele participar de alcunha fechaduras.

Apurou-se também que a PJ na sede de protagonismo de apanhar o grupo em flagrante delito, não informou o Exército, Instituição que iria sofrer o assalto, para que este alterasse o estado de segurança dos paióis. Este “Erro Crasso” que combinado com a inaceitável ineficiência do pessoal responsável pela segurança das Instalações militares, provocou a maior tempestade política nacional na última década.

Para nós militares a vergonha de termos sido assaltados num paiól é grande.

Ao sermos roubados a nossa prioridade passou a ser descobrir, custasse o que custasse o seu paradeiro, para evitar que as munições e explosivos criminosamente subtraídos dos Paióis, desaparecessem sem deixar rasto deixando aberta uma ferida no orgulho do Exército.

Em minha opinião a Polícia Judiciária Militar (PJM) cumpriu cabalmente a sua missão de polícia criminal e efetuou uma operação encoberta, que conduziu à descoberta das armas, em tudo semelhante à que conduziria a sua congénere civil, tendo previamente informado a tutela como parece ter sido já provado no decorrer do julgamento.

Mercê do facto da Procuradora Geral da República, ter proferido, em data anterior à operação, um despacho retirando o poder de investigar o assalto à PJM atribuindo-o a PJ civil, por considerar haver perigo que o material roubado fosse destinado a ser vendido a grupos terroristas, cujo teor parece não teer sido completamente percecionado pela PJM e tutela, paradoxalmente o assalto em si parece não ser ora o foco do julgamento, mas sim a operação que conduziu ao aparecimento do material roubado, bem como à eventual implicação criminal da tutela, ou seja do Ministro da Defesa Nacional.

Nuno Pereira da Silva

Coronel de Infantaria na Reserva