Geral Opinião

A necessidade de estruturas de comando

Foto: Reuters

Macron continua a afirmar que poderá enviar soldados para a Ucrânia, mesmo não sendo secundado diretamente por nenhuma nação da NATO nem da UE, imediatamente após um reunião com a Alemanha e com a Polónia, o celebra triângulo de Weymar.

Esta atitude do Presidente Francês consubstancia a sua vontade de se afirmar na liderança da UE em termos de segurança e defesa, querendo que esta se autonomize dos EUA e consequentemente da NATO, algo que a França muito almeja, num futuro próximo.

Para que isso aconteça a UE precisa de desenvolver um Quartel-general ao nível estratégico, independente do SACEUR, e enquanto não tiver Quartéis-generais operacionais, poderá eventualmente usar os dos diversos estados-membros que possuem essa capacidade, já que os Quartéis-generais das forças normalmente são oferecidos por um dos estados-membros enquadrante da força.

A constituição deste Quartel-general ao nível estratégico já esteve à beira de ser constituído em Tervuren, mas sem sucesso, por oposição na altura do Reino Unido.

Neste momento o Serviço Europeu de Ação Externa, serviço dependente do Conselho da UE, um serviço de nível político tem conseguido afirmar-se como o serviço que na Operação Atalanta funciona ao nível, político, estratégico e operacional, o que tem funcionado uma vez que a UE só tem efetuado operações de Peteresberg, de pequena dimensão, e dado que as resoluções das crises em que se tem empenhado, necessitam de uma resolução holística, o facto deste serviço ter valências civis e militares, tem ajudado na resolução global das mesmas.

Claro que os níveis estratégico, operacional e tático, necessitam de ter uma capacidade Cyber e de operações especiais, que se devem situar de forma independente dos próprios comandantes operacionais e táticos, pois estas têm que ter pela sua esfericidade comandos independentes pois realizam operações diferenciadas e que necessitam de sigilo.

Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma

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