A guerra propriamente dita, em Gaza, só agora está a começar, pois só agora é que se iniciou a guerra de contraguerrilha, contrainsurgência, contraterrorismo, o que lhe quisermos chamar, pois a tática e a forma de a realizar não depende em nada do nome que lhe quisermos chamar.
Agora começou a guerra em ambiente urbano no norte de Gaza, em que é necessário combater rua a rua, escombro a escombro e túnel a túnel. Agora começam a haver mais baixas israelitas, pois agora é necessário combater corpo a corpo, e é necessário apesar das viaturas para o fazer.
A guerra a partir de túneis dá vantagem ao Hamas, tal como deu no Vietnam, aos então designados por terroristas Vietcongs, como lhes chamávamos no Ocidente, com a grande diferença de que na primeira o ambiente operacional era a selva, que era arrasada pelo uso de napalm, e ora estamos em ambiente urbano arrasado por bombas convencionais.
A guerra em Mossul contra os terroristas do Estado Islâmico, pode-nos dar uma ideia do que pode durar esta guerra, e as baixas que causarão nos dois lados em confronto, com a grande diferença de que esta guerra está a ser televisionada ao minuto, e a provocar grande impacto nas opiniões públicas das sociedades ocidentais, facto que pode obrigar os governos democráticos a mudar o seu apoio, inicialmente dados aos israelitas, bem como pelo facto de quem ter combatido a sério no terreno em Mossul, terem sido os curdos, o povo e nação correntemente usada pelo Ocidente, como carne para canhão, com sucesso, mas que nem assim consegue ter o apoio ocidental para ter um país, um estado com território, por causa dos turcos, que a essa pretensão, infelizmente, se opõem veementemente a que isso aconteça.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na reforma
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