Tenho acompanhado há uns anos a carreira de Fernando Gaspar, um dos nossos maiores pintores da atualidade, com exposições regulares individuais em todo o mundo, e com críticas muito boas por parte dos melhores “experts” da atualidade.
A primeira exposição que vi do artista foi há uns anos na Ericeira, na Casa da Cultura, organizada pelo saudoso galerista Hélder Alfaiate, que estava interessado em promover este artista de exceção, tendo imediatamente ficado fascinado com a sua obra, em tons de azul e preto, que desconstruíam e recriavam motivos náuticos, barcos, remos, criando uma obra esteticamente sublime, algo que eu classifico como uma pintura gestualista, expressionista, a meio caminho do abstracionismo.
Continuei a acompanhar a sua obra na galeria São Mamede que expôs um grande quadro seu, no lugar de maior relevo do seu “stand” na feira de Arte e Antiguidades de Lisboa, quadro esse também de grandes dimensões em tons de vermelho e preto, que mais uma vez me surpreendeu e me emocionou , pois a cor negra e vermelha escorriam numa grande harmonia estética,, desta feita numa grande obra gestualista e abstrata, uma desconstrução dum vermelho piano, que não se notava nessa obra, mas sim noutras da mesma série.
A última série sobre flores e jardins é sublime, pois a desconstrução das flores e as cores que compõem o fundo das obras são extremamente expressivas ressaltando o objeto representado, sendo um dos seus trabalhos em volta da desconstrução dum cravo vermelho sido escolhido para marcar o cinquentenário da nossa Revolução dos Cravos.
A evolução do artista tem sido notável tal como o seu reconhecimento internacional.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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