Com a Ericeira a engalanar-se para a passagem de ano, à espera de centenas de pessoas para ver o fogo de artifício, que como já é hábito anualmente ilumina a noite da praia dos pescadores às 00 00 do dia 1 de Janeiro, dando início a uma festa que se prolonga durante toda a madrugada nas esplanadas e locais de diversão nocturnos da povoação, receamos, com esta nossa crónica semanal estragar a festa por relembrar que: os preços dos bens de consumo irão aumentar ;
se prevê que os impostos atinjam os 35,4% do PIB; os miseráveis aumentos previstos para a função pública de 0,6%, serão inexoravelmente replicados pelos empresários; factos que conjugados se irão inexoravelmente refletir negativamente nos bolsos de todas as famílias.
Receamos também que 2020 seja uma ano mais difícil que os anteriores, uma vez que a conjuntura económica internacional não augura nada de bom, devido às consequências expectáveis do Brexit na economia europeia , às guerras tarifárias entre a China e os Estado Unidos, à guerra na Síria que teima em não findar, facto que irá provocar novas vagas migratórias em direcção à Europa , e ao conflito que, ao que parece, vai eclodir na Líbia pelo controlo das reservas de gás natural existentes no seu território, numa intervenção conjunta Turca e Russa.
Esperamos sinceramente estar enganados, e que essa conjuntura Internacional negativa não provoque uma nova crise financeira mundial, que teria reflexos muito negativos em Portugal, e inevitavelmente na nossa região saloia que, devido ao turismo e à demanda de novos habitantes fugidos dos preços especulativos no sector imobiliário em Lisboa, estava a ter um crescimento económico e populacional interessante.
A este propósito já Eça de Queiroz no seu livro o Mandarim escreveu, que quando o Mandarim na China espirra, em Portugal morre-se de pneumonia.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reservas
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