O problema da solução definitiva para o território de Israel voltou a estar na agenda internacional, algo que estava completamente esquecido, não fora o horrendo ataque terrorista perpetrado pelo Hamas, que pretende, tal como Israel, destruírem-se mutuamente.
A solução de dois estados soberanos no território de Israel, ideia que Rabin e Arafat materializaram num acordo em Oslo, foi-se desvanecendo após o assassinato de Rabin, executado por um judeu ortodoxo, oriundo da fação de extrema-direita, atualmente no governo de Israel.
A solução de dois estados é no entanto, atualmente no território, completamente inviável, dado que os israelitas foram paulatinamente ocupando com colonatos a Cisjordânia, erguendo muros, fracionando e emparcelando a região, retirando-lhe a sua continuidade, o que dificulta a mobilidade da população, mesmo que se desloque a pé.
Com esta ocupação territorial ilegal, condenada internacionalmente, a solução de dois estados implicaria que Israel desocupasse o território da Cisjordânia, que tem vindo paulatinamente a ocupar, algo que me parece uma tarefa impossível, sem ser pela força, ou seja, algo que nunca se fará, pois Israel é uma potência militar regional muito poderosa, bem como enquanto Israel for uma espécie de protetorado dos EUA.
Uma eventual Federação com dois Estados, parece-me ainda mais difícil de almejar, pois o mecanismo de decisão dum Estado Federal, teria de ser proporcional ao número da população e à dimensão do território que ocupam, bem como a ocupação dos cargos de topo da Federação deveria alternar, algo que não vislumbro possível porque na prática não funcionaria, como podemos constatar no vizinho Líbano, onde o Estado Federal é na prática uma inexistência, sendo atualmente o país um estado falhado.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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