A falta de cerca de sete mil praças nas Forças Armadas Portuguesas foi notícia no Jornal Expresso esta semana, infelizmente a notícia não é nova, pois este é um problema com que nos internamente debatemos desde o fim da obrigatoriedade do Serviço Militar, sendo que neste caso a única novidade é o da notícia ter sido manchete do Expresso, dado não haver notícias na “Silly Season”, e por esse facto ser necessário encher páginas, mesmo que ninguém as leia, ou lhes ligue alguma coisa.
A Ministra da Defesa Nacional quando questionada sobre o problema, no intervalo duma cerimónia militar, respondeu com uma série de soluções e de medidas, em catadupa, que têm estado e estão a tomar, todas elas estafadas pois já todas foram escalpelizadas e apresentadas à tutela desde o fim da obrigatoriedade do Serviço Militar, todas elas no entanto ou não têm sido concretizadas, ou não têm dado os resultados expectáveis, pois o maior problema tem a ver com a precariedade dos contratos e o facto do salário ser baixo, pois podem auferir sensivelmente o mesmo salário perto das suas casas, sem necessidade de saírem da sua zona de conforto, e de enfrentarem as dificuldades inerentes à disciplina e à dureza da condição militar, que em última análise exige o sacrifício da própria vida, quando a política assim o determine.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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