Não disponho de informações privilegiadas sobre o TO da Ucrânia, no entanto com os conhecimentos que tenho da doutrina, a denominada contra-ofensiva, não parece estar a ter o êxito pré-anunciado, pois foram cometidos alguns erros, que passa logo por nunca se pré-anunciar que se vai desencadear uma operação ofensiva, pois perde-se o factor surpresa, essencial para quem ataca.
Uma ofensiva pré-anunciada, permitiu ao inimigo preparar exaustivamente o terreno e inclusive barrar alguns eixos de aproximação a sul, pois com a explosão da barragem, algumas forças em contacto puderam retirar da orla anterior da zona de resistência, por forma a poderem ser usadas como reservas, ou seja, para puderem barrar o eixo de aproximação em profundidade, que mais provavelmente seria o escolhido pelos ucranianos para atacar.
Os ucranianos têm estado ao ataque mas sem grande resultado, pois ainda não romperam a orla anterior da zona de resistência ucraniana.
A norte, os russos aproveitaram alguns pontos menos guarnecidos por tropas ucranianas, obrigando-os a mudarem parte das suas reservas para poderem conter esses ataques russos.
Os ucranianos ao receberem novas capacidades militares com meios ocidentais, não tiveram tempo de se habituarem e treinarem a sua doutrina de emprego, ou seja, utilizam-nos com a doutrina de emprego russa que é a que conhecem, atacando com grande concentração de meios, expondo-se ao tiro direto e indiretos das forças russas.
Enfim…
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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