A maioria das famílias portuguesas, que vivem do seu trabalho e não de expedientes, voltaram a viver sufocadas em incomportáveis despesas e subsequentes dívidas, não por culpa própria, mas devido à inflação, que é um imposto suplementar asfixiante, num país onde o somatório dos impostos, das taxas e das contribuições para a Segurança Social não deixam a nenhum cidadão, margem para viver, quanto mais para poupanças.
A comparação da situação das famílias com a do país, que muitos analistas simplisticamente gostam de fazer, é uma comparação falaciosa porque os estados-membros da União Europeia, como o nosso, recebem fundos de coesão estruturais, recebem outros fundos a fundo perdido como o PRR, e têm sempre uma capacidade de endividamento muito superior à das famílias, porque o país em si e os seus recursos, são muito superiores ao PIB, que só está relacionado com a capacidade de gerar recursos financeiros num ano, e que este pode aumentar ou diminuir a percentagem do seu peso sobre a dívida, forma de medir percentualmente o endividamento do estado, até com este abominável imposto designado por inflação.
Pelo exposto podemos perceber a razão, pela qual muitas vezes o país está melhor, mas as famílias normalmente estão pior e nessas alturas os ministros das finanças ficam ufanos com o seu pseudo excelente trabalho de manter contas certas, enquanto a maioria da população tenta desesperadamente sobreviver.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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