Tenho visto uma grande contestação social ao governo, por parte de algumas corporações, exigindo tudo simultaneamente, algo que só é compreensível à luz da perda de poder de compra dos portugueses, muito devido à inflação, que não sendo a única causa da mesma, foi a catalisadora da revolta, que se foi agravando com as crises sucessivas e com a pandemia, pelas quais temos passado como comunidade.
Nalguns países europeus essa revolta também se tem manifestado, de que são exemplo a França e o Reino Unido, todas elas devido sobretudo às necessárias medidas para combater a inflação, que malgrado não se tenha iniciado por causa da guerra na Ucrânia, esta certamente a agravou, e muito, pois despoletou uma crise humanitária sem precedentes na Europa há décadas, uma crise migratória, energética e cerealífera que têm estado na base do aumento galopante da Inflação, malgrado o mundo se estar concomitantemente a desglobulizar.
O Ocidente tem mantido, a aproposito desta guerra, duma forma geral uma narrativa coerente de apoio à invadida Ucrânia, tendo até à data conseguido o apoio de toda a sociedade, no entanto se a guerra perdurar muito no tempo, e se a crise inflacionista persistir, devido ao elevado preço da energia, temo que esse apoio termine, e que de comece a ouvir um clamor nas ruas, apoiando uma solução rápida desta guerra, que já perfaz cerca de um ano de duração.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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