Enquanto dura a guerra na Ucrânia, em que no Teatro Operacional os contendores se encontram numa corrida contra o tempo para conquistar algumas posições importantes, como Kerson por parte da Ucrânia, e algumas posições por parte da Rússia em Donbass, dado que as chuvas e o general inverno estão a chegar, e com ele as campanhas terrestres têm mais dificuldade em avançar.
Fora do Teatro de Operações, onde as forças se digladiam diretamente, os russos atacam todas as infraestruturas energéticas ucranianas fundamentais para o aquecimento do povo no Inverno, conduzindo simultaneamente alguns bombardeamentos nas cidades mais importantes, para quebrar a moral do povo ucraniano e a sua vontade de combater, para no final do inverno, em minha opinião, lançarem novamente uma ofensiva contra Kiev, a partir da Bielorrússia, onde estão a concentrar forças e a efetuar treino conjunto com as forças desse estado-satélite.
Na Europa, a guerra tem provocado ondas de choque gravíssimas principalmente em termos energéticos e de inflação, que estão a ameaçar governos e a obrigar a União Europeia, a tomar medidas paliativas, como a hoje anunciada de efetuar uma compra conjunta de gás a preços controlados, à semelhança do que efetuou com as vacinas em conjunto na crise do Covid, que resolveu cabalmente, na altura, o problema da sua escassez, bem como reduziu draconianamente, a margem de lucro das empresas farmacêuticas, que estavam a inflacionar excessivamente o preço das mesmas, combatendo com essa medida, eficazmente, a suas políticas concertadas e cartelizadas de diminuir a produção para aumentar preços, pois se os proditores de determinado produto têm a capacidade de influenciar o mercado, os consumidores concertados também o tem.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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