Com o início do inquérito parlamentar a Carlos Costa, atual Governador do Banco de Portugal, inicia-se mais uma etapa do processo de julgamento político, de toda a corrupção e de todo o envolvimento promíscuo entre a Banca e a Política, responsável pela crise económica e suas consequências, que tivemos de suportar, e ainda suportamos, na última década.
Carlos Costa como todos os anteriores e atuais administradores da banca nacional, pública e privada, fizeram parte de Conselhos de Administração de Bancos, que tiveram que ser resgatados pelo erário público, para poderem continuar a sua atividade e responderem aos critérios exigíveis pela União Europeia.
A maioria dos bancos nacionais públicos e privados tiveram imparidades, pelo facto de terem concedido créditos sem garantias a empresas de amigos e políticos, em que alguns estão neste momento a ser julgados por crimes de corrupção graves, de que realço pela sua importância o processo Marquês.
Relembro-me hoje ter ficado embasbacado e incrédulo , há alguns anos atrás, quando alguém da minha confiança, membro de anteriores e atuais Conselhos de Administração da Banca Nacional, me confidenciou que o que se estava a passar no BES, aquando da sua derrocada, era normal passar-se em toda a banca, não vendo nessa desgraça qualquer problema de maior. O facto de ser normal denota, em minha opinião a falta de princípios e valores da maioria dos profissionais de topo da banca nacional, que foram responsáveis pela enorme crise que tivemos de suportar.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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