Angola vai a votos, João Lourenço e o MPLA já ganharam, mesmo sem se realizar o ato eleitoral, algo que nesses países autocráticos é uma desnecessidade, pois na maioria deles, não há separação de poderes, e o Estado, o Presidente e o MPLA são algo que promiscuamente se confunde, ainda mais não havendo verdadeira liberdade de imprensa.
Desde a independência de Angola que o MPLA e os Generais tomaram conta do poder, algo que se consolidou com o fim da guerra-civil, pois estes eram a classe profissional, que detinha o poder militar, e que mal ou bem era a única, mais ou menos formada e preparada para governar, pois a URSS neles investiu em transmitir conhecimentos técnicos e sobretudo políticos, que mais tarde, quer durante a guerra civil, quer na paz que lhe sucedeu, lhes deram uma mais-valia, o que aliado à grande camaradagem forjada entre eles na guerra, rapidamente após se terem visto livres dos preceitos éticos, se transforma numa Mafia corrupta que a todo o custo se quer perpetuar no poder.
Infelizmente, este processo de assalto ao poder repete-se e replica-se em muitos estados africanos e asiáticos, sobretudo nos países com grande diversidade étnica em que as fronteiras externas no início se consolidam pela força.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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