Salman Rushdie foi vítima de um atentado de homicídio por ter escrito um livro, os Versículos Satânicos, que há cerca de trinta anos, provocou a ira do líder religioso e político Persa da altura, Ayatollah Komeny, que por esse motivo o condenou à morte, lançando-lhe uma fatuá, que levantou às ruas dos países onde existem grandes percentagens de Xiitas de todo o mundo.
O homicida de 23 anos, americano de origem Libanesa, trinta anos depois tenta cumprir a fatuá de Komeny, algo inaceitável e anacrónico na sociedade ocidental, que não percebe a razão de ser deste fanatismo religioso, que leva os crentes a cometer crimes em nome de Deus, porque alguém ousou criticar o Corão, um livro que consideram sagrado, por ter sido escrito por Deus.
O facto de considerarem o livro escrito diretamente por Deus transforma todos os exemplares do Corão como algo sagrado, um pouco comparável à hóstia consagrada, que para os Cristãos se torna, após a eucaristia, no corpo e sangue de Deus.
Enquanto o Corão for percebido desta maneira, como um livro sagrado por ter sido escrito por Deus, qualquer crítica torna-se inaceitável, e quem a faça ou escreva poderá ser passível de ser condenado à morte, por delito de opinião.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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