A alergia ao sol é um problema comum, sobretudo na primavera e no verão, e que causa sintomas em pessoas com pele sensível à luz solar. Aprenda a preveni-la.
A alergia ao sol é resultado de uma reação do nosso sistema imunitário à luz do sol, que pode provocar diferentes tipos de sintomas, como erupção cutânea e comichão. Este problema é muito comum e na maior parte das vezes desaparece sem necessidade de tratamento. É na primavera e no verão que ocorrem mais casos, associados a uma maior exposição solar. Conheça os vários tipos de alergia ao sol, como se manifesta, os tratamentos disponíveis e como prevenir.
Tipos de alergia ao sol
Há vários tipos de alergia ao sol:
- Fotoalergia mediada por agentes fotossensibilizantes conhecidos: pode ser provocada por agentes fototóxicos (como plantas) ou por agentes aplicados na pele (alguns cosméticos e componentes dos próprios protetores solares) ou por via sistémica (reações a fármacos, como antibióticos, anti-inflamatórios não esteroides, entre outros). Estas reações são habitualmente retardadas.
- Urticária solar: é uma reação fotoalérgia imediata, rara e afeta mais frequentemente mulheres. A urticária solar manifesta-se por comichão, eritema e pápulas, sintomas estes que surgem poucos minutos após a exposição ao sol ou a determinadas fontes artificiais de luz. As erupções na pele podem manter-se durante alguns minutos a várias horas e, embora raro, podem cursar com outros sintomas (dor de cabeça, vómitos, náuseas, broncospasmo e/ou desmaio). A gravidade e duração dos sintomas está muitas vezes associada ao nível de intensidade da radiação solar. Habitualmente, interromper a exposição solar leva ao desaparecimento da erupção, mas pode ser necessário recorrer a um serviço de urgência médica.
- Erupção polimórfica à luz: afeta 10-20% da população e é o tipo mais comum de alergia ao sol. As suas manifestações são tardias e incluem pápulas eritematosas (as mais frequentes), placas tipo eritema multiforme e pápulo-vesículas nas zonas da pele expostas ao sol. Estes sintomas podem durar 1-7 dias. As mulheres têm uma probabilidade 2-3 vezes superior de ter erupção polimórfica à luz, risco que diminui após a menopausa.
Zonas mais afetadas
A alergia ao sol pode ocorrer em qualquer zona do corpo, contudo, é mais comum nas áreas que estão expostas ao sol:
- Braços
- Pernas
- Mãos
- Nuca
- Peito
Nos casos mais graves de alergia ao sol, também as zonas do corpo que estão protegidas por vestuário podem ser afetadas.
Sintomas mais comuns
A alergia ao sol pode causar diferentes sintomas, dependendo da causa do problema, incluindo:
- Vermelhidão
- Comichão ou dor na pele afetada
- Pequenos altos (“babas”) que podem evoluir para manchas com inchaço
- Descamação, crosta ou hemorragia
- Bolhas ou urticária
Habitualmente, os sintomas desta alergia manifestam-se apenas nas zonas de pele que estiveram expostas ao sol e surgem alguns minutos ou horas após a exposição.
Quando consultar um médico
Aconselhe-se junto do seu médico assistente caso tenha reações cutâneas fora do comum e que causem incómodo após a exposição solar.
Se os seus sintomas forem acentuados e/ou persistentes, deverá consultar um médico especialista no diagnóstico e tratamento de doenças de pele – um médico dermatologista.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico baseia-se na observação das zonas e das lesões apresentadas. Pode ser necessário realizar testes complementares, como teste com luz ultravioleta, análises ao sangue ou biópsia à pele.
Fatores de risco
Entre os fatores de risco para uma reação alérgica à luz solar incluem-se:
- Tipo de pele: qualquer pessoa pode ter uma alergia ao sol, contudo, alguns tipos são mais comuns, sobretudo em pessoas com tom de pele mais claro.
- Exposição a certas substâncias: alguns sintomas podem ser desencadeados quando a pele é exposta a uma substância específica e, de seguida, à luz solar. Algumas das substâncias que mais frequentemente causam este tipo de reações são fragrâncias dos perfumes e cosméticos, desinfetantes e até mesmo alguns produtos químicos presentes nos protetores solares.
- Toma de medicamentos: há vários fármacos que podem tornar a pele mais sensível ao sol – como antibióticos, anti-histamínicos, diuréticos e medicamentos de quimioterapia, cardiovasculares e para a diabetes.
- Ter outra doença de pele: pessoas com dermatite têm maior risco de ter uma alergia ao sol.
- Ter familiares com alergia ao sol: é mais provável que tenha uma alergia ao sol se tiver familiares diretos com o mesmo problema.
Como é feito o tratamento
O tratamento depende do tipo de alergia ao sol apresentado. Para casos ligeiros, evitar o sol e manter a pele hidratada pode ser o suficiente para resolver os sinais e sintomas num curto espaço de tempo.
Nalgumas situações, podem ser necessários cremes com corticoesteroides (de venda livre ou sujeitos a receita médica), medicamentos antialérgicos e eventualmente fototerapia.
Como prevenir a alergia ao sol
Se tem uma alergia ao sol ou um aumento da sensibilidade da pele ao sol, há algumas estratégias que podem ajudar a prevenir uma reação alérgica:
- Evitar a exposição solar entre as 10h e as 16h.
- Evitar expor-se ao sol de forma repentina na primavera e no verão: aumente gradualmente o tempo passado ao ar livre para que a pele se “habitue” à luz do sol e evite “escaldões”.
- Aplicar protetor solar de largo espetro e com fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Use-o antes da exposição solar e reaplique-o de duas em duas horas ou sempre que nadar ou transpirar.
- Usar óculos de sol e vestuário que proteja a pele da exposição solar, como camisolas de mangas compridas e chapéus de aba larga, de tecidos opacos aos raios ultravioleta.
Fonte: Cuf (Dermatologia)
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