A azáfama era grande, decorria a missa no interior da igreja, cá fora faziam-se os últimos preparativos para o início da procissão que iria percorrer as ruas do Sobreiro.
“Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.”
Os andores começaram a aparecer, as crianças agrupavam-se no exterior para que tudo corresse conforme o guião.
“Olha os bombeiros, tão bem alinhados!Que se houver fogo vai tudo num fole.Trazem ao ombro brilhantes machados,E os capacetes rebrilham ao sol.”
A fanfarra dos bombeiros e a banda já estavam prontas, uma segue à frente para, com vigor anunciar que vem lá a procissão, a outra segue que no fim da procissão para descrever musicalmente o sentimento de participantes e espectadores.
“Pelas janelas, as mães e as filhas,As colchas ricas, formando troféu.E os lindos rostos, por trás das mantilhas,Parecem anjos que vieram do Céu!”
Pelas ruas da vila, residentes e forasteiros aguardam pacientemente a passagem do cortejo, fazem-se comentários, cumprimentam-se amigos que não se vêm à muito tempo e eventualmente pede-se a ajuda divina dos padroeiros.
Foi o momento alto das Festas do Sobreiro, com o sentimento de dever cumprido, todos os participantes e organizadores regressam à igreja e provavelmente já começaram a pensar na organização do próximo ano.
Nota: Poemas da autoria de António Lopes Ribeiro
Texto e Fotografias de Carlos Sousa/ KPhoto
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