A China, através das suas empresas estatais, anda há vários anos a investir em Portugal em setores estratégicos tais como a EDP a REN e a água, já tentou participar, sem sucesso, dada a oposição americana, quer nos concursos de fornecimento de componentes da rede 5G nacional, através da Huawei, quer na construção dum novo porto marítimo, na Praia da Vitória, perto da Base das Lajes nos Açores.
Os investimentos que cá têm feito inserem-se na sua estratégia denominada “one belt, one road”, que curiosamente quer a construção da nova estrada, sobre a antiga rota da China, reabilitando-a, quer a rota que fez pela primeira vez Vasco da Gama, ao inverso, para os chineses têm princípio e fim em Lisboa, ou seja, colocam Lisboa como objetivo último da afirmação do seu poder económico, e do seu “Soft Power”.
Reabilitar a rota de Vasco da Gama e o controlo de todos os locais de controlo estratégico das rotas comerciais, no Atlântico e no Índico, foi algo que os portugueses tão bem souberam fazer na sua história, nomeando temíveis Vice-reis, e dominando os povos indígenas, conquistando Praças-fortes, estabelecendo alianças, relações comerciais, vulgo feitorias, enfim, assim estabelecemos um império, e assim também a China, duma forma diferente mas com o mesmo objetivo, se quer afirmar como Potência Mundial.
Estamos surpreendidos, mas fomos nós que ensinámos o caminho.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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