O Presidente da República exprimiu o que lhe ia na alma em relação à duração da guerra na Ucrânia, desejando que esta acabasse cedo, pois se tal não acontecesse, a economia portuguesa e europeia poderia soçobrar.
Este pensamento é algo que me parece ser coincidente com a percepção da maioria dos portugueses comuns, que tudo vêm aumentar em seu redor, como consequência indireta dos efeitos da guerra e das sanções, impostas pelo Ocidente à Rússia, facto que poderá levar, no limite, a um total desapoio popular da guerra.
Quer os EUA, quer os britânicos, apoiam incondicionalmente a manutenção indefinida da guerra, pois têm como objetivo estratégico, desgastar ao máximo o poder militar russo, e obrigar a Rússia a mudar o seu regime, objetivos que são secundados pelos países da UE e da NATO, que estão geograficamente localizados às portas das fronteiras da Rússia, que permanentemente se vêm ameaçados por esta.
A UE como um todo, tem conseguido alguns consensos políticos no apoio à Ucrânia lançando já seis pacotes de sanções económicas contra a Rússia, mas alguns estados-membros de que destaco a França, a Alemanha e a Itália, têm manifestado algumas divergências em relação aos objetivos estratégicos a atingir, tendo inclusive o governo italiano apresentado um plano de paz na ONU, que me parece fazer sentido, e poder ser explorado.
Soubemos hoje pelos OCS, que alguns Presidentes da Repúblicas localizadas no leste europeu, de que destaco o Presidente da Polónia, vão-se deslocar até Braga, localidade escolhida para a realização do dia de Portugal, para se encontrarem com o PR e PM portugueses, numa tentativa diplomática de conseguirem que Portugal se mantenha alinhado com as posições e os objetivos políticos traçados pelos EUA, algo que não será difícil de conseguir, uma vez que historicamente alinhamos sempre com os britânicos e os EUA.
Nuno Pereira da Silva
Coronel na Reforma
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