O preço dos combustíveis está caríssimo, inacessível à bolsa da maioria dos cidadãos portugueses que, com dificuldade vivem, ou sobrevivem, neste país à beira-mar plantado.
Recordo-me de há cerca de vinte anos, ter ficado estupefacto quando o preço do gasóleo ultrapassou, na altura, o valor de um euro por litro, algo inacreditável para os salários que auferia na altura, e que necessitava dum carro para diariamente ir trabalhar para Lisboa. Resolvi o problema comprando uma mota, que gastava metade do preço da minha viatura, a gasóleo.
Hoje, sem idade e sem reflexos para andar de mota, debato-me novamente com o problema do inaceitável preço dos combustíveis, que esta semana ultrapassou os dois euros por litro na gasolina aditivada, prevendo-se que no próximo ano este valor ainda venha a subir mais, com o previsível aumento conjugado das matérias primas e do previsto aumento de impostos, de um por cento no ISP, conforme consta da proposta de orçamento de estado para o próximo ano.
Não consigo perceber a passividade das empresas de transportes, nem dos condutores e consumidores portugueses, uma vez que esta medida vai-se refletir inexoravelmente no preço dos transportes e inexoravelmente, de todos os produtos que necessitamos para viver.
Os carros elétricos são ainda inacessíveis e são uma utopia, não havendo ainda uma alternativa credível para os transportes pesados, sendo impossível em plena crise pós- pandémica, mudar-se de um dia para o outro o paradigma energético.
O Governo aproveitando-se da necessidade de descarbonizar o planeta, aproveita para asfixiar os cidadãos, pois a carga de impostos sobre os produtos petrolíferos ronda, inacreditavelmente os sessenta por cento.
Nuno Pereira da Silva
Coronel de Infantaria na Reserva
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